Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Valinhos adere à campanha “Vamos tirar o planeta do sufoco”

Cidades da RMC participam da campanha que prevê a troca de sacolas plásticas descartáveis por reutilizáveis

Por Isabela Reis

Os moradores de Valinhos não tem mais sacolas plásticas para colocar as compras de supermercado.Isso por causa da campanha “Vamos tirar o planeta do sufoco” lançada pela prefeitura com o apoio da APAS, Associação Paulista de Supermercados. A ideia é substituir as sacolas descartáveis por reutilizáveis, buscando poupar recursos naturais. O prefeito Marcos José da Silva, através da assessoria de imprensa, afirmou que acredita na ação porque propõe uma mudança de comportamento e que a redução das sacolas descartáveis vai facilitar a limpeza do município.
            O movimento surgiu na cidade de Jundiaí em junho de 2010 com a parceria da Prefeitura da cidade e da APAS. A campanha foi pensada com o objetivo de conscientizar a população da necessidade de acabar com o descarte de sacola plásticas no meio ambiente, por causarem enchentes e entupimento de bueiros. 976 toneladas de sacolas plásticas descartáveis pararam de ser distribuídas na cidade em um ano. A população apoiou a proposta e não houve reclamação.
            As pesquisas realizadas em Jundiaí mostraram que 77% dos entrevistados apóiam a não utilização de sacolas descartáveis, através do movimento, 73% não aprovam a volta das sacolas descartáveis e 83% quer a ampliação da campanha para outros tipos de comércio. A pesquisa ainda apontou que as principais alternativas pelos moradores da cidade de Jundiaí para carregar as compras foram as sacolas reutilizáveis, 89%, e as caixas de papelão, 45%.
            Piracicaba recebeu a mesma campanha na última terça-feira, 29, num encontro entre autoridades, associações, sindicatos e donos de supermercados deve marcar a substituição das sacolas descartáveis na cidade.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Indústria quer solucionar o problema do lixo marinho

Objetivo é criar formas eficiente e criativas para que resíduos não cheguem ao mar

Larissa Martins




Líderes das indústrias de plástico de todo o mundo se reuniram em Dubai no dia 17 de novembro para criar um plano de ações para o problema de descarte de lixo nos oceanos. Segundo a assessoria de imprensa da PlasticsEurope, associação empresarial da indústria do plástico européia, cerca de 80% do lixo marinho é resultado do descarte incorreto de resíduos sólidos. Por lixo marinho, considera-se os resíduos que foram acidentalmente ou deliberadamente jogados em lagos, rios, mares ou oceanos. É um problema que vem aumentando e atrai atenção do mundo todo.

A Declaration for Solutions on Marine Litter descreve um plano de ações adotado por 54 indústrias, que entrará em vigor em 2012. Até agora, aproximadamente 100 projetos em 32 países em todo o mundo.

De acordo com informações da assessoria de imprensa, o documento define um conjunto de objetivos para a indústria e defende uma cooperação ampla com várias empresas para alcançar progressos na redução dos danos ao ambiente marinho. Foram definidos compromissos como promover a aplicação de leis existentes para prevenir o lixo marinho e trabalhar para recuperar mais produtos plásticos para reciclagem, contribuir para soluções com parcerias público-privadas que tenham como objetivo a prevenção de descarte de detritos no mar e trabalhar junto com a comunidade científica para entender e avaliar melhor os impactos e soluções para o problema.

Alguns projetos e iniciativas nas quais as indústrias então envolvidas estão em vigor. Elas incluem: Vacances Propres, na França; Keep America Beautiful, nos Estados Unidos; Cool Seas, no Reino Unido e International Coastal Cleanup na África do Sul.

Praias do Litoral Norte perdem qualidade para este verão

Estudo da Cetesb diz que praias do Litoral Norte estão com sua balneabilidade prejudicada


Luara Oliveira
Algumas das praias mais procuradas para o verão estão impróprias

Um dos destinos mais procurados do verão no Estado, as praias do Litoral Norte, deixaram de ser consideradas excelentes e ótimas. Um estudo elaborado pela Cetesb (Companhia Ambiental de São Paulo) aponta piora na qualidade da balneabilidade das praias da região, monitoradas pela companhia nos últimos anos. Das 77 praias monitoradas pelo estudo, 58 receberam classificação anual de regular ou ruim.

Segundo João Millaneli, da Cetesb de Ubatuba, um dos fatores que contribuíram para a queda da qualidade das águas litorâneas é a falta de saneamento básico. “A rede de esgotos disponíveis para a população do litoral norte aumentou significativamente nos últimos anos. Atualmente cerca de 50% da população é atendida”. A piora ocorreu principalmente em Ilhabela e na costa sul de São Sebastião, onde estão as mais badaladas praias do Litoral, como Maresias, Boiçucanga, Camburi, entre outras. “Na Ilha, talvez pela dificuldade de levar infraestrutura de saneamento em localidades isoladas e na costa sul ocorreu aumento do fluxo populacional entre outros fatores”, explica Millaneli sobre as regiões que foram consideradas piores.

De acordo com o estudo, Ubatuba ainda é o litoral mais preservado. O município está mais distante da Capital e talvez receba menos fluxo de turistas, o que ajuda a preservar a qualidade das águas. Caraguatatuba também apresentou sensível melhora nas praias, mas ainda assim as duas cidades ainda possuem pontos críticos. Para Millaneli esse estudo é um sinal de alerta para as cidades do litoral. “Os municípios devem prioritariamente investir para que as residências e endereços façam suas ligações na rede pública da Sabesp, quando disponível”, completa.

A Sabesp tem feito investimentos e desenvolve um plano para acabar com a poluição. “As ações estão centradas no Projeto Onda Limpa, que prioriza a construção de redes públicas e estações de tratamento de esgotos. Hoje existem 16 estações em operação e várias em construção”. Para aqueles que pretendem ir à praia no verão, a Cetesb avisa: o turista deve respeitar as bandeiras de balneabilidade para que evitem contrair doenças de veiculação hídrica ligadas a presença do esgoto. Caso o turista queira mais informações sobre quais praias estão impróprias, deve acessar o site da Cetesb, www.cetesb.sp.gov.br

domingo, 4 de dezembro de 2011

Reuso de água não agride o meio ambiente e ainda diminui custos

Água de reuso é uma alternativa para diminuir a poluição dos rios

Sistema de captação da água de reúso
Adriano Peternella

                Em São Paulo, existe um projeto de lei que pretende obrigar que prédios e condomínios tenham um sistema para captar a água das chuvas e reaproveitá-la para usos conhecidos como "menos nobres". O professor Ivanildo Hespanhol, diretor do Centro Internacional de Referência em Reuso de Água (CIRRA), aponta que o reuso de água é um investimento de retorno rápido porque existe um custo inicial, mas depois é possível obter a economia de água. 

Segundo ele, os custos do processo de tratamento e reuso da água variam dependo do tipo e da intensidade poluição. Mas, em média, giram em torno de R$ 200 mil e R$ 1.5 milhão. “Se imaginarmos que o preço da água em São Paulo é de R$ 10 por m3, a água de reuso teria o preço de R$ 1 pelo mesmo m3. Além de que um sistema como esse tem uma vida útil de 20 anos o que comprova sua viabilidade”, sustenta. 

                Usos menos nobres de reuso são aqueles não potáveis para os quais a água não estará em contato com as pessoas. Como para descargas, irrigação de jardins, uso em mictórios, lavagem de pisos ou até para resfriamento de equipamentos industriais que geram bastante calor.  Para estes fins a água também pode ser reutilizada, após passar por uma pequena estação de tratamento de efluentes (que retira os resíduos fluidos provenientes das diversas atividades humanas, para que essa água seja descartada no meio ambiente), a própria água resultante dos usos mais nobres como a água do banho por exemplo.

Segundo a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (SABESP), a cada litro de água de água reuso que for utilizado seja nas residências ou nas indústrias será economizado um litro de água potável, que não precisará ser retirado das reservas naturais. Tanto que a própria Sabesp oferece este serviço de águas de reuso para empresas que é uma alternativa mais barata tanto para empresa quanto para quem gasta menos com o tratamento dessa água.

Jovens inventam nova técnica para armazenar alimentos

 Para facilitar a vida de quem vai a praia, jovens cientistas utilizam células que transformam energia solar em elétrica

 Por Mariana Cruz

Transformar um problema de saúde em uma oportunidade de aprendizado e negócio. Foi o que estudantes do ensino médio da ETEC “Trajano Camargo” de Limeira fizeram. A líder do grupo, a estudante Deborah Regina Zamoner, 16 anos, possui restrição com alimentos mal armazenados, e propôs algo como uma geladeira movida à energia solar.

Aparentemente tratada como uma ideia maluca, o projeto batizado de “Gela no sol” vem para facilitar a vida das pessoas que vão à praia para a famosa “farofa” e levam o isopor ou o cooler, mas não conseguem manter os alimentos na temperatura ideal. “Firmamos nosso objetivo em ter uma geladeira alimentada por energia solar. Sabe-se que as placas com células fotovoltaicas tradicionais têm esse poder, mas são constituídas de silício e custam caro”, explicou a estudante.

Para causar um verão “eletrizante”, as meninas identificaram num método simples, o da fotossíntese, uma oportunidade de desenvolver células fotoeletroquímicas baseadas num corante sintético que transforma uma parte da energia solar em energia elétrica. Essas células teriam a mesma função das caras fotovoltaicas, mas nesse caso a um custo menor.

Uma bolsa térmica que já é vendida no mercado virá acompanhada de uma bateria alimentada pela energia solar por meio da placa desenvolvida pelo grupo. Isso custaria R$400, ao passo que a convencional, R$1.200. “Foram substituídas as células tradicionais de silício pelas fotoeletroquímicas, as quais utilizam o método da fotossíntese como meio de fabricação de energia, porém não fazendo uso da clorofila como corante principal e sim de um específico (no caso a groselha) para que, com o semicondutor, gerasse energia elétrica.” complementou uma das integrantes do grupo, Daniele Casimiro Verzenhassi.

A energia solar ainda encontra obstáculos em relação a custos. Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina mostraram que, entre 2012 e 2013, em algumas regiões do Brasil a energia solar proveniente de células fotovoltaicas poderão ter preços equivalentes aos da energia elétrica utilizada atualmente. As estudantes veem no projeto e no mercado a chance de se projetarem e firmar parcerias para avançarem. “Nós estamos com a pesquisa em desenvolvimento e obtendo melhores resultados a cada teste, objetivamos parcerias para dar continuidade na finalização da placa com o conjunto de células necessárias.”, finalizou Deborah.

De óleo de cozinha a combustível

Em Hortolândia, cooperativa transforma óleo de fritura em biodiesel, gera renda e ajuda na preservação ambiental


Folders do projeto buscam envolver e conscientizar a população
“Não frite o meio ambiente. Doe seu óleo usado”. Com essa frase, a Cooperativa de Biodiesel Hecovisão, em Hortolândia, busca conscientizar a população a doar o óleo utilizado em frituras. Por meio de um processo químico o óleo de soja é transformado em biodiesel.

Atualmente, a cooperativa coleta de 30 a 50 mil litros de óleo por mês. O óleo coletado passa primeiro por uma espécie de peneira para retirar os restos de farinha e outros resíduos. Para garantir a limpeza, o óleo descansa e depois é esquentado. Num processo químico, adicionando catalisador e um tipo de álcool, o que antes era óleo de soja se transforma em biodiesel e, ainda, dá para extrair glicerina do produto durante o processo.

A ideia da usina de reciclagem do óleo de cozinha partiu de dois amigos moradores de Hortolândia: Marcos Roberto Valêncio, formado em Economia pela PUC-Campinas e Adriano Godoy Luiz, graduado em Administração pela Faculdade Hoyler. O projeto começou a ser divulgado em escolas. “O filho do Adriano comentou com o pai que a escola promovia palestras sobre meio ambiente e pediu ao pai para que fizesse o mesmo com a reciclagem do óleo. Através das crianças buscamos conscientizar a população.”, conta Valêncio.

Valêncio um dos autores do projeto; ao fundo como o óleo fica no decorrer do processo de transformação
Em Hortolândia, em cada semana do mês uma região da cidade é visitada por um carro de som que recolhe o óleo guardado pelos moradores. Pontos de coleta em escolas, nos parques ecológicos da cidade e em igrejas foram implantados. Condomínios e restaurantes também são visitados. No entanto, outros locais da Região Metropolitana de Campinas, São Paulo e até Minas Gerais são doadores de óleo.

A recente parceria com igrejas ajuda a divulgar a reciclagem
Benefícios- Para Valêncio, tanto a população como os cooperados são beneficiados pelo trabalho. “A população ganha, pois destina o óleo de maneira correta, além de contribuir com a preservação ambiental. Os cooperados ganham, já que, tem a oportunidade de dobrar a renda. Mas, o melhor é saber que estamos fazendo o bem, a satisfação é o que vale mais”, afirma. 

Este projeto ajudou a dobrar a renda dos cooperados. Se antes, coletando plásticos e outros materiais ganhava-se em média R$240, hoje o ganho é em média de R$700. A intenção é de que, futuramente, cada cooperado consiga mil reais de renda. O biodiesel tem destino certo: uma empresa do ramo de fundição, que fabrica luminárias compra o combustível.

Serviços- Para quem se interessou e quer contribuir basta ligar para Disk óleo: (19) 3845-7401 ou mandar e-mail para coleta@hecovisao.com.br

terça-feira, 29 de novembro de 2011

EcoFaxina quer combater poluição marítima

Entidade fundada por estudantes de biologia marinha monitoram o mar

Poluição à beira da praia afeta animais marinhos e banhistas



Kim Belluco
       
Preocupados com a poluição das praias da cidade de Santos, estudantes de Biologia Marinha criaram um instituto, sem fins lucrativos, que luta pela defesa e preservação do meio ambiente: o Instituto EcoFaxina (IEF).

O instituto organiza ações voluntárias de limpeza e atividades ecoeducativas em bairros próximos aos manguezais e nas regiões perto do estuário, entre o Canal do Porto de Santos e o Canal de São Vicente. Também são realizadas ações em praias, costões, e outros ecossistemas marinhos e costeiros da Baixada Santista, além levar informações e realizar atividades principalmente com as crianças e os jovens dessas comunidades.

A poluição em Santos é ocasionada pela carga de esgoto e poluentes provenientes das moradias, como por exemplo, as palafitas localizadas em bairros, que não contam com coleta e tratamento de esgoto, despejados nos canais e no estuário. O esgoto, com restos fecais, óleo de fritura, bactericidas e cloro são despejados no mar, causando danos aos animais que ali habitam e à população que os consomem. “O nosso intuito é recuperar o ecossistema que se encontra em colapso e gerar renda para jovens em situação de risco social. As praias de Santos estão muito poluídas, com quantidade de coliformes (bactérias) fecais acima dos níveis de tolerância”, afirmou William Rodriguez Schepis, diretor-presidente do Instituto EcoFaxina.

Apesar dessa ação social, o IEF só possui apoio da Universidade Santa Cecília, que beneficiou os organizadores do instituto com bolsas de estudo integrais na Faculdade de Biologia Marinha e apoio à pesquisa. O instituto pretende desenvolver o “Projeto de Recuperação e Conservação do Estuário de Santos”, que tem como principal objetivo implantar um “Sistema de Coleta Ambiental de Resíduos”, formando uma frente de trabalho com jovens desempregados que habitam palafitas na Zona Noroeste de Santos. Mas para transformar isso em realidade, são necessários parceiros que financiem esse projeto. Os estudantes buscam parcerias para implantar o Sistema de Coleta Ambiental de Resíduos, orçado em aproximadamente R$ 2,5 milhões, com capacidade para produzir aproximadamente 4.900 ecoplacas por mês.

Segundo Schepis, os resíduos seriam coletados nos manguezais com o auxílio de embarcações e balsas de alumínio e transportados até um galpão na margem do estuário, onde seriam reciclados e transformados em ecoplacas, material plástico que substitui o madeirite ou o compensado naval e possui diversas utilizações.

Para combater a poluição marinha, Schepis afirma que se deve consumir de forma consciente e descartar de maneira correta os resíduos. “O consumidor precisa estar atento e cobrar responsabilidade socioambiental de empresários e comerciantes. Deve também consumir somente produtos que tenham sido fabricados e comercializados sustentavelmente de forma comprovada. Depois do consumo é importante reaproveitar as sobras, encaminhar os resíduos sólidos para reciclagem, e o material orgânico, se não tiver ainda uma composteira, mandar para um aterro sanitário. Se seguirmos esses passos, os resíduos não serão transportados diretamente para o mar, o que ajudará a diminuir o nível de poluição”, ressalta Schepis.

William destaca que, para evitar a poluição marinha, o mais importante é a população deixar de jogar plásticos nos oceanos. Aproximadamente 1 milhão de aves marinhas, 100 mil tartarugas e 100 mil mamíferos marinhos morrem a cada ano por sufocamento, emaranhamento, afogamento e inanição, causados por cerca de 6,4 milhões de toneladas de resíduos lançados ao mar todos os anos.

E deixa a dica: “Costumo dizer que animais marinhos como tubarões e tartarugas, que habitam nossos oceanos hámilhões de anos, colocavam a cabeça para fora d'água e viam dinossauros, agora enxergam pontes e arranha-céus fazendo sombras nas praias. Nos últimos 50 anos, causamostantas perturbações aos oceanos que, se não agirmos agora, os danos serãoirreversíveis, não só para a biodiversidade marinha como para o homem”.



Maguezal localizado na praia de Santos também sofre com a poluição


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Enchentes mostram despreparo das cidades para enfrentar chuva

Região de Campinas sofre com alagamentos e deve receber central de monitoramento climática

                                                                                                 Crédito: Marrozinho
                                                Mais de 4 mil ficaram desabrigados em Sumaré em janeiro



Marília Rastelli

A época de chuvas já chegou e com ela também a preocupação de quem mora em áreas que costumam ser atingidas por enchentes. O período mais crítico é de dezembro a fevereiro, segundo o Centro de Pesquisas Metereologicas e Climáticas Aplicadas a Agricultura (Cepagri), e apesar dos recorrentes alagamentos nesse período, a região de Campinas ainda não tem um sistema preventivo, que possa antecipar situações de emergência causadas pela chuva.

No último fim de semana de outubro, fortes chuvas deixaram mais de 100 mil moradores da região sem energia elétrica por três dias e os estragos atingiram principalmente as cidades de Sumaré, Hortolândia, Paulínia, Campinas e Indaiatuba. Os ventos chegaram a 116 km/h, segundo o Cepagri, e derrubaram árvores, destelharam casas e interditaram uma escola no Jardim Amanda, em Hortolândia, deixando os alunos sem aula. Esse quadro já é velho conhecido dos moradores dessas regiões, que no começo do ano sofreram as conseqüências trazidas pelas chuvas. Mais de 4 mil famílias ficaram desabrigadas em Sumaré por conta da cheia do Ribeirão Quilombo e ao todo 20 municípios da região foram atingidos pelas enchentes em janeiro.

De acordo com o funcionário da Defesa Civil de Campinas, Edilei Leal, a região não aprendeu com a devastação causada pelos temporais no começo do ano. “Nós estamos acostumados com as cheias dos rios que cortam nossa região e que inundam as cidades em volta, mas não há nenhuma política para colocar em prática um sistema de monitoramento, para prever tragédias e não consertá-las depois que já aconteceram”, explica Leal.

Por conta das fortes chuvas que chegaram mais cedo, em outubro, a Defesa Civil resolveu antecipar a chamada Operação Verão, responsável por vistoriar 75 áreas de risco, fazer a limpeza de córregos e ribeirões e de 98 bocas de lobo. A operação, que vai até março do ano que vem, faz um papel preventivo, mas não suficiente para antecipar emergências e agir antes para prevenir calamidades. “A Defesa Civil acaba atuando como um tapa buracos, escalando cidades em estado de alerta e emergência a partir da situação atual delas, do que já está acontecendo e aí programa ações para amenizar os problemas, mas seria interessante se conseguíssemos trabalhar já tendo ideia da proporção da enchente, por isso a importância de uma estação de monitoramento”, afirma Leal.

Atualmente, existe uma central que atua em caráter experimental na região, mas ainda é necessário investimento para que ela tenha maior abrangência, já que está focada apenas em uma área pequena em Campinas. O Sistema de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, o Sismaden, funciona com informações de base de dados integradas em determinadas regiões, comparadas a mapas de áreas de risco, criando um sistema de alerta. Recentes projetos do Governo do Estado prevêem a instalação de um radar metereológico na região, que funcionará nos moldes do Sismaden, mas ainda sem data para ser colocado em prática. “A idéia é automatizar as estações metereológicas permitindo o monitoramento 24 horas por dia em todos os municípios integrados”, afirma o coordenador da Câmara Temática de Defesa Civil, Sidnei Furtado.

Antes e depois da tragédia na região serrana do Rio de Janeiro

Ecoturismo cresce como nova forma de entretenimento

O campo se destaca como preferência para os turistas
Mariana Flório Fenerich
            O turismo rural tem se fortalecido no Brasil, segundo a edição de 2011 do Panorama Empresarial do Turismo Rural que aponta o país em quarto lugar no ranking desse mercado. Segundo o levantamento 30% dos turistas têm origem regional, 26% estadual e 19% vêm de outros estados.
             A Estância Fazendinha, localizada na cidade de Barrinha, interior do estado de São Paulo, é um exemplo dessa alternativa de lazer. O local oferece atividades como pesca esportiva, trilha, pedalinho, passeios a cavalo e todas acompanhadas por monitores. A estância promove também eventos voltados para a cultura: o Projeto Índio, realizado sempre em abril, permite que os índios da tribo Pataxó de Barra Velha, Porto Seguro, apresentem sua cultura para os visitantes e, em julho, acontece a Semana da Tradição Gaúcha. Esses são os meses de maior movimento, de acordo com o proprietário Rodolfo Mucha.           
            Outro projeto promovido é voltado para escolas de municípios vizinhos com crianças a partir de seis anos e conta com a participação da Unesp de Jaboticabal. As crianças, por meio dos monitores, têm a oportunidade de aprender sobre área de preservação permanente, horticultura, plantas medicinais e reserva legal. Em dezembro a estância chega a receber um ônibus por dia, comenta o monitor Reginaldo Correa dos Santos. “O contato com a natureza é importante para as crianças”, afirma Elen Graziela Crisostomo Bolsoni que diz também preferir que os filhos estejam em meio ao verde do que em casa ou em shoppings centers.
             A Estância Fazendinha nem sempre esteve aberta ao público. No início, desenvolvia atividades voltadas apenas à piscicultura. Com a atual tendência de crescimento do turismo rural, a Associação de Turismo de Ribeirão Preto pretende preparar as propriedades rurais da região para o turismo de longa distância, o chamado Caminho da Cana, destaca Mucha.           
            O ecoturismo além de ser uma nova modalidade de entretenimento que permite que as pessoas saiam da rotina, proporciona aprendizado sobre o meio ambiente e maior conscientização em relação a sua preservação.   

                                                                               crédito Mariana Flório Fenerich
                                          A tranquilidade da área rural atrai turistas ao campo

Ciclovia é opção de lazer em áreas verdes

Prefeitura inaugura ligação de bicicleta entre o Parque da Cidade e Jardim Botânico; com projetos futuros Jundiaí deve ter 50 km de ciclovia nos próximos anos


Gabriel Nunes

As ciclovias ganham mais espaço entre as principais cidades do Brasil. A nova opção de lazer, que segue entrelaçada com a qualidade de vida, está caindo no gosto do jundiaiense. No último mês, a prefeitura inaugurou uma ligação entre os principais parques de lazer, o Parque da Cidade e o Jardim Botânico, por uma ciclovia.

O casal Paula Costa e Francisco Vieira já utiliza a bicicleta como meio de transporte e agora olha para a ciclovia como mais uma opção de lazer. “Gostamos do ciclismo e principalmente da novidade. Agora poderemos passear com nosso filho em segurança e fazer um passeio gostoso e em família entre os Parques”, comenta Paula.

Já Diego Cardoso faz parte de um grupo de ciclismo, que se reúne todas terças e quintas-feiras para percorrer as ruas da cidade. “A ciclovia é uma iniciativa muito bacana e vamos incorporá-la nos nossos trajetos”, afirmou.

A ciclovia de Jundiaí tem sete km (somados aos já existentes no Parque da Cidade) e conta com quatro tipos de pisos diferenciados: paralelepípedos no início do Jardim Botânico; asfalto na descida ao lado da ferrovia; saibro, na área ambiental, e de concreto usinado, no Parque da Cidade. Aproximadamente R$ 750 mil foram investidos em sua construção.

O investimento estimado da DAE ( Departamento de Água e Esgoto) foi R$ 300 mil, em plantio de árvores e flores, construção de guias e sarjetas e instalação do piso de saibro. A Secretaria de Serviços Públicos investiu R$ 450 mil, já que, além da construção de guias, sarjetas e o asfalto do trecho dentro do Botânico, houve necessidade de fechar com telas o espaço que era aberto sob a rodovia João Cereser. A construção da ciclovia, na verdade, é a remodelação de uma obra que estava em andamento, para substituição do emissário de esgoto que margeia a represa. Parte das árvores plantadas na ciclovia foi retirada do Viveiro da DAE.

Malha cicloviária - A construção do Parque Linear às margens do rio Jundiaí também terá uma ciclovia de 25 km, saindo da divisa de Várzea Paulista até a divisa com Itupeva e será o elo entre todos os parques da cidade – Parque Guapeva, Jardim Botânico, Parque Botânico e Jardim Tulipas, em construção. No Parque Tulipas, o projeto prevê a construção de cinco km de ciclovia. Como há projetos o Parque Guapeva com ligação Centro-Ponte São João, em breve Jundiaí terá aproximadamente 50 km de ciclovias, que contribuirá para melhorar a mobilidade urbana das pessoas.

As crianças aprendem e o mundo agradece

Ensino ambiental está em pauta nas disciplinas escolares e pais e professores já notam a diferença


                                                 Alunos e professores na horta da escola
Vinícius Bueno

Em um mundo globalizado e que sofre com os descasos contra a natureza, escolas apostam que ensinar os valores ambientais nas salas de aula é uma ótima solução.

Em Campinas, a Escola Municipal João Alves dos Santos trabalha desde 2007 o projeto Horta. Por ano duas turmas são escolhidas para ter noções de agricultura. Em uma horta no quintal da escola os alunos têm a oportunidade de plantar, cultivar, colher e estudar as plantas. O projeto nasceu da iniciativa da professora de educação física Tersa Araújo que constatou que parte das crianças estava subnutrida e a outra parte sofria de obesidade infantil. A iniciativa hoje é ponto de partida para todas as disciplinas. “Eles aprendem a se alimentar melhor, como utilizar ervas medicinais, além de estudarem agricultura, recursos hídricos, o solo e o desenvolvimento metropolitano. O estudo ambiental é importante porque através dele é possível atingir inúmeras áreas de ensino”, explica a diretora da escola Márcia Maria Gomes Silva.

A mãe do aluno Felipe Menezes, da oitava série, aprovou a idéia e disse que os valores ensinados para as crianças atingem os pais também. “Não posso fazer mais nada de errado que ele me corrige. Estou até andando com um cinzeiro no carro para juntar as bitucas de cigarro. A gente sempre cobra cuidados com a natureza, mas esquece de fazer a própria parte. Com os filhos vigiando não tem jeito. O projeto é muito bom”, conta Raquel Fernandes.

Outra escola da cidade que também está implantando a educação ambiental no currículo escolar é a EMEI José Vila Gelin Neto. Lá, os pequenos de três a cinco anos convivem diariamente com as plantas e animais. Além de um borboletário, eles têm contato com uma horta que foi plantada por eles e podem ainda ser sorteados para fazer a reciclagem de lixo e preservação da natureza em casa, junto com os pais.

A professora da Faculdade de Educação da Unicamp, Angelo Soligo, afirma que essa iniciativa pode ser determinante para uma futura mudança de postura no aspecto ambiental. “Reclamamos muito sobre a falta de interesse ambiental. E isso não é apenas de um ou de outro, é de toda a sociedade. Investir nas crianças, que mais tarde podem ser os responsáveis por mudanças, é a melhor opção”.

Para ela, uma das dificuldades enfrentadas em projetos como esse é que alguns professores não têm autonomia necessária no assunto. “É preciso que pensar que para ensinar direito, precisamos ter pessoas que sabem o que estão falando e que estudaram para isso. Muitas vezes, as escolas colocam professores de ciências ou de outra disciplina para falar com as crianças. Precisamos de profissionais com noções ambientais ensinando os pequenos”, explica a professora.



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Incidência de temporais cresce 30% na RMC

A falta de um radar meteorológico na região prejudica a previsão desse fenômeno climático
                                                                   FOTO: COSMO ONLINE
Temporal deixou 16 dos 19 municípios da RMC sem energia
Thaís Inocêncio

Com a chegada do verão a tendência de temporais aumenta. De acordo com o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, nessa estação ocorrem cerca de 16 temporais por mês na Região Metropolitana de Campinas, ou seja, um a cada dois dias, normalmente formados à tarde ou no início da noite. 

Segundo o diretor do Cepagri Hilton Silveira Pinto, desde a década de 90, o número de temporais aumentou em 30%. Além de freqüentes, os temporais são mais intensos, com incidência de raios e tufões, caracterizados por ventos acima de 117 km/h. O professor Silveira Pinto afirma que não se pode apontar um único fator para o aumento do número e intensidade de temporais. “Podemos citar como motivos desse crescimento a urbanização crescente das cidades, que faz com que elas se tornem ilhas de calor, e o avanço do aquecimento global”, explica.

O último fim de semana de outubro, ainda mês da primavera, trouxe um alerta para as cidades da região de Campinas. Um forte temporal, causado pelo encontro de uma massa de ar quente do Sudeste, com uma frente fria que chegou rapidamente do sul, provocou a morte de duas pessoas em Campinas e duas em Sumaré, destelhou escolas e casas, derrubou árvores e deixou 16 dos 19 municípios que compõem a RMC sem energia. 

Essa ocorrência enfatiza a necessidade da implantação de um radar meteorológico na região. O professor Silveira Pinto explica que o Cepagri utiliza o monitoramento dos radares de Bauru, com imagens enviadas pela Internet, cujo carregamento demora cerca de 30 minutos e não têm definição de qualidade. “Quanto mais próximo da região que se pretende monitorar, mais útil o radar é”, ressalta. A discussão a respeito – que visa a colocação do instrumento na Unicamp – tem se arrastado desde o caos causado por um tornado que atingiu 600 km/h na cidade de Indaiatuba, em 2005; seis anos depois, o assunto ainda é debatido e a região de Campinas tornou-se um pólo atrativo de desastres naturais. O radar, se instalado na região, teria condições de monitorar o tempo a partir de imagens captadas a cada dez segundos e, portanto, prever com antecedência e precisão a chegada de fenômenos climáticos devastadores e evitar catástrofes.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Projeto desenvolve bueiros inteligentes

Homens fazem manutenção do Ecco Filtro, em Pinheiros
Por Bia Von Zuben
Foto e vídeo: divulgação
Os bueiros e bocas de lobos das cidades brasileiras começam, aos poucos, a ganhar um novo sistema de coleta, já implantado na subprefeitura de Pinheiros, em São Paulo. Os equipamentos trazem uma solução eficaz para os atuais, responsáveis por mau cheiro, entupimentos, poluição de rios, enchentes e doenças, além de serem de difícil gestão. A intenção é implantar os novos bueiros em outras subprefeituras da capital paulista, além de atingir cidades do interior do Estado.
O Ecco Filtro, composto por dois produtos que se    completam, é confeccionado em material termoplástico com capacidade de 300 litros. O objetivo do sistema é reter os resíduos, impedindo que sejam enviados aos rios, evitando também o entupimento dos locais onde está instalado.
De acordo com informações da Assessoria de Imprensa, há ainda o Ecco Gestor, um software conectado diretamente ao portal Ecco Sustentável, responsável pelo Ecco Filtro. O programa busca identificar e gerenciar em tempo real a situação dos bueiros e bocas de lobos.
Um dispositivo, que segundo a assessoria está em desenvolvimento, irá informar automaticamente ao centro de controle da empresa quando um dos bueiros implantados atingir 80% da capacidade total. O alerta irá disparar um alerta de limpeza imediato.
A Assessoria de Imprensa informou ainda que o sistema é de utilidade pública, já que gerência, de forma eficiente, todos os materiais retidos e retirados dos bueiros. O projeto foi desenvolvido pelo empresário e diretor da Ecco Sustentável, Carlos Chiaradia.
Os materiais armazenados nos Ecco Filtros, principalmente os resíduos sólidos, serão controlados e, de forma sustentável, alguns itens serão enviados para a reciclagem.
Teste inicial - A primeira manutenção do Ecco Filtro, instalado na subprefeitura de Pinheiros, em São Paulo, ocorreu no dia 11 de novembro. Clique aqui e veja o vídeo. As instalações dos equipamentos tiveram início em agosto deste ano.




terça-feira, 8 de novembro de 2011

TECIDOS ORGÂNICOS GANHAM DESTAQUE NO PAÍS

Empresas brasileiras apostam no crescimento da moda ecológica e se consolidam no ramo

Por Camila Franchini


A criação de tendências e o aprimoramento das técnicas de produção empregadas em seu desenvolvimento tornam as peças ecofriendly mais atrativas para os consumidores. Micheli Hoffmann, designer de moda especialista em moda ecológica, afirma que o mercado de roupas ecológicas se encontra em crescente expansão, e o Brasil em destaque neste ramo por já possuir muitas empresas e fabricantes de tecidos com esta preocupação. Esse quadro, entretanto, ainda é muito pequeno em comparação ao nível da moda em geral, e deve ser ainda mais trabalhado. “Creio que em breve todas as marcas e empresas terão que se adaptar em relação ao meio ambiente, não só em relação às roupas, mas em todos os sentidos”, completa ela. Opção é o que não falta. Encontramos, por exemplo, tecidos ecológicos feitos de algodão, juta, rami, cânhamo, bambu e viscose, que podem ser usados em roupas, acessórios e em produtos para o setor de cama, mesa e banho.

Hoje, uma das matérias primas mais utilizadas na produção dos tecidos é o algodão orgânico, produzido no Brasil a partir da agricultura orgânica. O especialista na cultura do algodão, Eurípedes M. Arantes, explica que este tipo de agricultura depende do desenvolvimento de sistemas de produção que considerem o manejo de conservação do solo, a contribuição de nutrientes e fontes renováveis, promovendo assim diversidade biológica e otimizando o uso de recursos naturais. De acordo com Milton Geraldo Fuzzatto, pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, a principal diferença entre o algodão convencional e o orgânico é o sistema empregado na produção da fibra e no acabamento do tecido, que pode ser alvejado ou tingido. As técnicas não agressivas ao meio ambiente e a saúde humana, eliminam o uso de agrotóxicos, fertilizantes sintéticos e substâncias tóxicas no acabamento das roupas, mas permitem o uso de inseticidas ou repelentes naturais.

Mas ser amigo da ecologia na hora de se vestir tem seu custo. Por serem mais valorizadas, roupas feitas 100% de algodão orgânico podem custar 30% a mais do que as convencionais, dependendo da qualidade da fibra utilizada e da marca escolhida. No Brasil, marcas espalhadas por diversos estados já despontam com tendências que atendem aos requisitos do novo consumidor, que se preocupa com o que está vestindo e em como a criação da peça afetou o meio em que vive.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Transformando lixo em arte

História é contada por personagens criados com materiais recicláveis

Texto e fotos por Marina Gimenes

Depois de 10 anos montando bonecos para diferentes grupos teatrais, os atores Genivaldo Aleixo e Lilian Lima criaram em Hortolândia, no interior de São Paulo, o Grupo de Teatro de Animação Canoa Encantada, onde inventam seus próprios bonecos e suas histórias.

Antes de começarem a desenvolver personagens, roupas, cenários e as caixas onde guardam suas invenções, a dupla estudou maneiras de aperfeiçoamento de suas criações. O trabalho vem desde 2008 e, dessa forma, não deixam que as peças pareçam ser de sucata, ou seja, de materiais descartáveis e que para algumas pessoas não têm mais utilidade.

Aleixo disse que “cada boneco é feito com um determinado material”, já que eles dependem do que encontram para realizar suas invenções. Por exemplo, a árvore usada no cenário da peça “A semente da natureza” foi produzida com os restos de uma gaiola. A história contada é de Dim, um menino que sai a procura do símbolo roubado, que se trata de uma semente preciosa. A peça tem por objetivo que as crianças reflitam sobre o que é preciso fazer para respeitar a natureza.


Acesse: www.canoaencantada.com.br 


Um dos personagens feito com material reciclável


Prefeitura de Campinas descumpre lei ambiental

Decreto obriga que eventos em áreas públicas compensem poluição
 com o plantio de mudas
Silvana Theodoro
Os vereadores de Campinas aprovaram uma lei em 2007 que define que todos os eventos públicos realizados na cidade devem compensar a emissão de gases do efeito estufa (CO²) em plantio de mudas. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente, a Prefeitura de Campinas é a responsável pela maioria dos eventos públicos na cidade. Porém, desde que a lei entrou em vigor, há quatro anos, a administração pública não fez plantio de mudas de acordo com as determinações do Programa de Compensação de Gases de Efeito Estufa em Campinas.
A assessoria de imprensa informou que a Prefeitura fez o plantio de 11 mil mudas nativas no município no último ano às margens dos Córregos Piçarrão, Pium, Saõ Francisco e no rio Atibaia, além de praças. Porém, nenhuma delas aconteceu por realização de eventos públicos.
Pela lei, o organizador precisa calcular o CO² produzido pelo transporte que as pessoas irão usar para chegar até o local, o lixo produzido e consumo de energia. A partir desse cálculo, o responsável fica obrigado a fazer o plantio de mudas compatível com o consumo e realizar a manutenção dessas árvores por no mínimo dois anos. Ele também pode optar por fazer o pagamento em dinheiro, mas o valor é cobrado 12 superior ao custo do plantio.
O único exemplo de compensação ambiental por realização de evento particular em área pública, segundo a assessoria informou, foi da Telefônica. O plantio de cerca de 200 mudas foi referente ao show Trio Tons, que aconteceu em 04 de outubro de 2010 na Praça Arautos da Paz. As árvores foram plantadas sob a ponte da Av. Dr. Carlos Grimaldi, às margens do Ribeirão Anhumas.
Somente neste ano, a cidade de Campinas sedia diversos eventos de grande porte como a Virada Esportiva, que recebeu cerca de 170 mil pessoas em 24 horas de atividades em 2011, e desde o dia 04 de novembro, recebe, pela primeira vez, o JUBs (Jogos Universitários Brasileiros), que tem expectativa de abrigar de 4 mil estudantes de todo o país. Para nenhum deles, a compensação de gases do efeito estufa está prevista.

Lixo reciclável tem lucro de 1 milhão

Cooperativas auxiliam na renda de ex-moradores de rua

Thainá Marques

A cooperativa Antonio da Costa Santos, integrada pelos moradores do Sateliti Iris de Campinas (SP), faz parte da Reciclamp que, em parceria com a Petrobras, realiza o trabalho de coletar lixo reciclável tendo a partir disso uma fonte de renda.

No entanto, não foi sempre assim. Os moradores tiveram a idéia de trocar material reciclável por uma sacola de alimentos, o que não foi bem sucedida por falta de lugar para guardar o reciclável. O grupo não desistiu. Alguns fizeram o curso de cooperativismo realizado pelo CRCA (Centro de Referência em Cooperativismo e Associativismo) no próprio bairro.

Para atender famílias carentes, a Associação de Moradores do Jardim Satélite Íris II decidiu ir à frente de um programa de distribuição de alimentos para ajudar os moradores. Depois, contaram com o apoio da irmã Helena da Cáritas e do CRCA para estruturar uma cooperativa de materiais recicláveis. Em 2004, a Prefeitura Municipal de Campinas construiu um galpão para a cooperativa, o que possibilitou a organização dos trabalhos realizados.

A associação é composta por pessoas que, em sua maioria, não tinham viviam na rua. Hoje, integram o projeto cerca de 150 pessoas e cada uma arrecada aproximadamente R$ 700,00. Em 2010, a Reciclamp teve um lucro de R$ 1, 552 milhão e reciclou 3.802 toneladas de lixo, arrecadado nas cidades de Campinas e Valinhos.

Aparecida dos Santos, supervisora da cooperativa ‘Antonio da Costa Santos’, diz que "o incentivo dado é a fontes de renda". Em sua opinião, ampliar o número de cooperados significaria facilitar o trabalho e aumentar a produtividade.

A cooperativa cresceu em relação a volume de material coletado, aumento de faturamento e conseqüentemente aumento na renda direta dos cooperados. Na avaliação de Aparecida dos Santos, a implantação do trabalho das coordenadoras foi fundamental para a melhora no processo produtivo.

A cooperativa envolve seis núcleos para a coleta de lixo, cinco em Campinas e um em Valinhos. O ano de 2007 foi marcante nas questões de organização e administração e 2008 considerado o ano para colher os frutos desse trabalho.

São Paulo tem movimento por gastronomia ‘verde’

Restaurantes investem produtos orgânicos e redução do impacto ambiental

Plantio de mudas na Reserva do Morro Grande em Cotia - SP


Larissa Martins
Cem restaurantes da cidade de São Paulo aderiram ao movimento ‘Gastronomia Sustentável’, lançado em junho deste ano. Segundo o coordenador do projeto Sergio Lerrer, a iniciativa surgiu da necessidade de aliar de forma mais evidente gastronomia e meio-ambiente. "Atualmente em São Paulo a alta gastronomia é considerada um dos patrimônios imateriais da cidade e tem muito espaço para ajudar a multiplicar bons valores. Os chefs são pessoas com visões sobre este tipo de tendência. Portanto, o mais relevante era criar senso coletivo para colocar em um rumo do segmento várias iniciativas que até o momento eram apenas individuais". Lerrer explica que o movimento pretende conscientizar restaurantes e consumidores para uma gastronomia mais humana e com menos impactos ambientais "O principal objetivo é induzir que os conceitos de sustentabilidade ganhem força e sentido nas práticas de gastronomia, que permeiem toda a atividade e inclusive passe a fazer parte dos currículos dos cursos em ambiente acadêmico. A idéia é fazer da gastronomia uma linha de frente dos preceitos de práticas sustentáveis."

Para participar da ‘Gastronomia Sustentável’ os restaurantes precisam ter uma coleta de óleo de cozinha usado com descarte correto, para reciclagem para biodiesel. A campanha tem acesso a estes volumes e também aos dados de consumo de água e luz, permitindo um levantamento para o relatório ambiental que será organizado pelo projeto. Os restaurantes participam de mesas redondas de qualificação ambiental e contribuem financeiramente para compensação ambiental através do plantio de mudas de árvores na Grande São Paulo. Em setembro, 200 mudas foram plantadas para reposição de mata atlântica na Reserva de Morro Grande, em Cotia/SP. De acordo com Lerrer, a expectativa é alcançar de 5 mil a 7 mil mudas, conforme a finalização do cálculo médio de emissão de carbono destes estabelecimentos.

Por sua vez, os estabelecimentos também lucram com o movimento. Os participantes receberão um selo chamado Green Chef, que indica o comprometimento das casas com a natureza, além de serem incluídos no Guia de Restaurantes Eco Friendly do Brasil. "Ao perceber que o restaurante procura fazer sua lição de casa ambiental sem oportunismo e pressa de faturar, o cliente sente que a casa é uma parceira para longo prazo e merece ser prestigiada. Além disso, o afinamento de práticas ambientais leva a economias variadas e reaproveitamentos, avanço de tecnologia de equipamentos e treinamento de funcionários com viés contemporâneo", afirma Lerrer.

Parceria - A Eco da Terra é uma consultoria constituída por engenheiros agrônomos que dão suporte à 27 famílias de produtores de alimentos orgânicos. Lerrer explica que a parceria do movimento ‘Gastronomia Sustentável’ com a consultoria visa estimular o fornecimento da produção desses hortifrutigranjeiros para os restaurantes da Grande São Paulo. "Assim, núcleos de agricultura familiar podem ter acesso á venda direta a restaurantes, melhorando sua margem de ganho e tendo estabilidade de fornecimento. Pelo lado dos restaurantes, esta é uma forma de terem produção conforme seus desejos e explorarem o lado gourmet das hortaliças e legumes", completa ele.

Devido a queimadas na Serra do Japi, atendimento a animais quadriplica em ONG de Jundiaí

Associação Mata Ciliar atendente feridos de toda a região, segundo coordenadora a entidade recebe seis animais, em condições ruins, por dia

Gabriel Nunes
A Serra do Japi, em Jundiaí, Cabreúva e Cajamar, sofre com as queimadas e com a falta de chuva, que também contribui para a destruição das matas. Os animais são diretamente afetados. A ONG Mata Ciliar, de Jundiaí, faz a reabilitação dos animais feridos e, desde o meio desse ano, tem registrado aumento quatro vezes maior de atendimentos, em razão do aumento das queimadas, o tempo seco também não favorece.

Segundo a veterinária e coordenadora da ONG Cristina Adania, a entidade chega a receber por dia cerca de sete animais feridos, muitos deles não voltam para o habitat natural, devido à gravidade dos acidentes.

“Eles vêm com queimaduras graves, outros em consequência de atropelamentos, fogem pelos fios de alta tensão. Aqueles que podemos salvar, raramente voltam a natureza”, disse Cristina Adania, que conta com cerca de 20 funcionários na Mata Ciliar, entre veterinários, biólogos e voluntários.

Devido a falta de chuvas e a imprudência da população, o habitat desses animais foi bastante danificado pelo fogo. Não se sabe ao certo quando eles poderão voltar para a natureza.  O problema já perdura desde o julho de 2011 e de acordo com o Corpo de Bombeiros o fogo já consumiu 6 milhões de m² da Serra do Japi, “As queimadas continuam, não adianta só cuidar dos animais feridos, devemos evitar a destruição do habitat deles”, afirmou Adania.

A ONG Mata Ciliar, fundada há 24 anos, tinha inicialmente a finalidade de cuidar dos mananciais, mas com o tempo e a necessidade passou a atender de animais feridos. Atualmente, a instituição conta com cerca de 300 bichos de diversas espécies, algumas em extinção. Os animais ficam alguns em jaulas, outros em gaiolas. A entidade gasta aproximadamente R$ 25 mil por mês para manutenção e conta com ajuda de doações.

"Nós queremos os animais na natureza. A Mata Ciliar é uma passagem para esses animais que chegam aqui muito mal. Trabalhamos com a sociedade na conscientização para que eles não cheguem até nós", disse o presidente da ONG, Jorge Campo, lembrando que a entidade faz diversas palestras em parceria com a Guarda Municipal para que as queimadas sejam evitadas. 

Brigada Visando o combate dos incêndios pela região, a Secretaria do Meio Ambiente de Jundiaí, em parceria com o Corpo de Bombeiros e a Guarda Municipal, criou uma brigada voluntária para atuar na Serra do Japi.

O curso começou em outubro e conta com três módulos. No primeiro, os participantes tiveram com a parte teórica. Nos próximos, o grupo sairá a campo, com visitas à Serra do Japi e conhecerá ainda teorias sobre ecologia florestal, aulas em parceria com Unicamp

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

CBH-Mogi cobra uso de água em 2012

Os 38 municípios que constituem a Bacia Hidrográfica de Mogi-Guaçu serão cobrados a partir de  janeiro de 2012 pela captação e uso da água

Murilo N. Pereira
                                           FOTO: MURILO N. PEREIRA
População pagará pelos poluentes emitidos na água
A partir de janeiro de 2012 o Comitê da Bacia hidrográfica Mogi-Guaçi (CBH-Mogi) também iniciará cobrança pelo uso d’água.  A implantação deste modelo de arrecadação de fundos para o tratamento e preservação da água, estava previsto para meados de 2011.

“O atraso se deve a precisão de cumprir os Nove Passos para a cobrança da água” afirma Claudinei Fonseca, especialista em hidrologia.  Os Nove Passos foi uma metodologia adotada pelo governo do Estado de São Paulo, com base na legislação, de modo que as Bacias Hidrográficas cumpram todos os requisitos para realizar a cobrança da água.

Hoje, no Estado de São Paulo são três as bacias que fazem a cobrança: As Bacias Paraíba do Sul (PS), Sorocaba e Médio Tietê (SMT), e Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). A estimativa é que em 2012 amplie o número para mais cinco, de acordo com o Jornal Valor econômico.

 A Bacia Paraíba do Sul percorre três Estados do sudeste: São Paulo (13.605 km²), Rio de Janeiro (22.600 Km²) e Minas Gerais (20.500 Km²). São 138 municípios que fazem parte da bacia que possui uma drenagem total de 57.000 Km². Ela foi a pioneira do modelo no Brasil e sua cobrança teve início em março de 2003. De acordo com Fonseca, com essa arrecadação, o tratamento de água já tem melhorado muito, mas ainda está longe do ideal. Diz também que o aspecto negativo que os Comitês das Bacias enfrentam é o não cumprimento de metas.  “Por exemplo, criam se metas para melhorar o tratamento em 70% num certo período, no entanto só se consegue 50%, e nisso, o governo é rígido!”

O objetivo das arrecadações é, além do tratamento da água, preservação de mata ciliar e mananciais, produção de mudas e projetos de educação ambiental. Hoje a prioridade da CBH-Mogi, que constitui 38 municípios, é construir estações de tratamento visando em quatro anos ter 60 % da bacia tratada. Este mesmo capital é quem banca os Comitês das Bacias. “Aliás, muitas bacias no estado de São Paulo ainda estão organizando seus Comitês.”comenta Fonseca.

A diferença nesta cobrança é que além do transporte da água, você pagará o consumo dela, ou como diz o engenheiro sanitarista Lucas Sato “ Você polui, você paga”. De acordo com o Sato este modelo que agora também será adotado na CBH-Mogi  tende a cobrar do consumidor a quantidade de poluentes que ele emite. “Os valores são mínimos, de aproximadamente R$0,02/m³ à R$0,07/m³ partindo do pressuposto da captação, consumo e lançamento da água” relata Fonseca. Esta definição da cobrança pelo uso consta no decreto nº 50.667/06 do Estado de São Paulo.

 O SigRH (Sistema de Informações para o Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo) diz que com o crescimento da população, o Brasil deve começar a sentir a necessidade de  estabelecer limites ao consumo de recursos hídricos. Deste pressuposto, Sato ressalta a importância dos projetos de educação e consciência ambiental que são investidos por meio deste dinheiro arrecadado.

CBH-Mogi

A CBH-Mogi foi instalada em junho de 1996, tem uma área de 13.061 km² e 1.293.474 habitantes. As cidades que a compõe são: Aguaí, Águas da Prata, Águas de Lindóia, Américo Brasiliense, Araras, Barrinha, Conchal, Descalvado, Dumont, Engenheiro Coelho, Espírito Santo do Pinhal, Estiva Gerbi, Guariba, Guatapará, Itapira, Jaboticabal, Leme, Lindóia, Luís Antonio, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Motuca, Pirassununga, Pitangueiras, Pontal, Porto Ferreira, Pradópolis, Rincão, Santa Cruz da Conceição, Santa Cruz das Palmeiras, Santa Lúcia, Santa Rita do Passa Quatro, Santo Antonio do Jardim, São João da Boa Vista, Serra Negra, Sertãozinho, Socorro, Taquaral.

Universitários pegam carona na sustentabilidade

Site estimula estudantes a compartilhar transporte e a economizar dinheiro

Lígia Antoniazzi

Como forma de minimizar os gases poluentes do meio ambiente e ainda otimizar o uso do combustível nos meios de transporte, estudantes, hoje formados pela Unicamp, tiveram uma iniciativa de divulgar e facilitar o uso da carona, que une sustentabilidade e praticidade para a vida universitária. Segundo cálculos baseados no Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários, desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente, graças à iniciativa desses ex-universitários, mais de duas mil toneladas de CO2 deixaram de ser emitidas, uma economia equivalente à absorção feita por mais de 15 mil árvores, no período de um ano.

A partir da necessidade de viajar semanalmente, de forma rápida, barata e menos nociva ao meio ambiente, o site Unicaronas começou em 2007 como uma comunidade no Orkut em que estudantes da Unicamp ofereciam e pegavam caronas com amigos que iriam para o mesmo destino. Com o tempo, a iniciativa foi despertando interesse e ganhou popularidade entre os universitários, o que contribuiu para a consolidação do site, hoje com mais de 15 mil estudantes cadastrados, de 46 faculdades de todo o país.

De acordo com Guilherme Souza, um dos criadores do Unicaronas, a ideia inicial sempre foi facilitar a vida dos universitários, mas sabiam que isso ajudaria também o trânsito e o meio ambiente. “Conseguimos unir o útil ao agradável”, diz.

Com mais de 70 mil caronas anunciadas, quem possui cadastro no site pode tanto oferecer uma carona, quanto pedi-la. Ivo Giacomini, diz ter utilizado o site durante toda sua graduação. Nos primeiros anos, usou a ferramenta para conseguir caronas e, depois, passou a oferecê-las. Essa relação de reciprocidade ajuda não só quem pretende chegar mais rápido ao destino, como também quem quer economizar e ainda contribuir, mesmo que com um gesto tão pequeno, com o meio ambiente. “Em praticamente todas as minhas viagens o carro ficou lotado, o que significa economia e eficiência do uso de combustível”, avalia Giacomini.

Uma simples carona também é uma forma de contribuir positivamente com o trânsito crescente nas grandes cidades, por reduzir o número de veículos utilizados pelas pessoas, que também significa minimizar os congestionamentos. Segundo Souza, se a população tivesse tal consciência, o meio ambiente seria poupado e o tempo livre poderia ser gasto com outras coisas, que não o trânsito. “O mais importante do UniCaronas é que ele faz com que os jovens percebam que pequenas atitudes individuais, podem ajudar a modificar nosso mundo”, diz ele.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Empresas reaproveitam recursos de forma sustentável

Otimizar fontes de energia naturais, uso do etanol e de entulho estão na lista de quem tem selo verde

Mariana Cruz

Muito mais que estar de bem com o meio ambiente, as construções sustentáveis apresentam fator lucrativo, além de garantir o selo verde e aparecer bem na mídia. Um empreendimento ecológico pode gerar a economia de pelo menos 30% em energia, 60% de resíduos sólidos, 50% de água e diminuição de 30% nas emissões de gases de efeito estufa. Esses números são possíveis, segundo o Green Building Council Brasil, instituição que cede o selo verde LEED (Leardship in Energy and Enviromental Design) para empreendimentos com alto desempenho ecológico.

 Foi pensando nesse selo que a empresa de logística reversa de Jundiaí, a Reversa Soluções Logística nega a máxima popular de que em casa de ferreiro, o espeto é de pau. A corporação responsável por destinar resíduos da forma mais adequada está instalada um condomínio empresarial certificado pelo selo verde LEED. “Seria uma contradição não estarmos localizados em um condomínio ecológico, essa foi uma das nossas maiores preocupações”, ressaltou o diretor executivo Luiz Martinez.

O condomínio incentiva o uso de bicicletas e destina vagas preferenciais a carros movidos a etanol. Esses automóveis ficam mais próximos dos escritórios. Outra ação que rendeu o selo verde no empreendimento é o armazenamento da água da chuva e o uso de energia natural. “Estimamos diminuição de energia elétrica no horário de verão, nossos galpões utilizam o máximo de luz solar”, completou ele.

São iniciativas como essas que colocam o Brasil em 5º lugar no ranking dos países que possuem a maior quantidade de empreendimentos sustentáveis, somando 23, segundo o Green Building Council Brasil.

As construções sustentáveis podem ser aplicadas em qualquer ambiente. Prova disso é que a escola pública Escola Estadual Erich Walter Heine no Rio de Janeiro é a primeira da América Latina a receber o selo verde. Outro exemplo é o estádio de futebol de Salvador, reformado para a Copa do Mundo de 2014, que terá muito do prédio demolido. Noventa por cento das 77,5 mil toneladas de concreto e aço gerados com a demolição foram reaproveitadas na construção da Arena Fonte Nova, além da utilização de lâmpadas com maior eficiência e durabilidade resultando numa economia de 35% de energia elétrica.

Para o fundador e presidente do CLRB (Conselho de Logística Reversa do Brasil), Paulo Roberto Leite, as empresas estão realmente mais preocupadas com o quesito sustentabilidade. “Não é só marketing verde, as corporações têm percebido que é preciso repensar. Quem não se preocupar com isso, será punido pelo próprio consumidor que está mais exigente”, finalizou ele.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Campinas recicla 100% dos pneus recolhidos

Mariana Flório Fenerich

            Os pneus recolhidos de lixões, borracharias e nas residências de Campinas pela prefeitura da cidade são reciclados e transformados em sola de sapatos, tapetes para carros e dutos pluviais.  O trabalho é possível pelo convênio existente com a Reciclanip, entidade sem fins lucrativos, criada em 2007 pelos fabricantes de pneus novos Bridgestone, Goodyear, Michelin e Pirelli e responsável por recolher e reciclar 100% dos pneumáticos recebidos pelo Departamento de Limpeza Urbana, o DLU, órgão da Secretaria Municipal de Serviços Públicos.          
            Todo mês são coletados cerca de 30 mil pneus, de acordo com o responsável pela logística do departamento, Carlos Quirino. Em 2010, de janeiro a dezembro, o número foi de 210.421 e em 2011, de janeiro a setembro, 135.205 unidades.  A coordenadora de relações públicas da Goodyear, Thaís Ruiz, explica que nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal há 711 pontos de coleta. De acordo com ela, desde 1999, as indústrias locais destinaram para reciclagem 1,7 milhão de toneladas de pneus, o que equivale a 342 milhões de pneus de passeio.            
            Em Campinas, o processo para a reciclagem de pneus acontece da seguinte forma: representantes da Secretaria Municipal de Saúde, a partir de seu programa de combate a dengue, percorrem áreas consideradas propícias à proliferação do mosquito, como borracharias e terrenos baldios, anotam o endereço e a secretaria manda caminhões aos locais, recolhe os pneus e os envia ao DLU.            
            Quando descartados de forma incorreta, os pneus representam ameaça ao meio ambiente, já que demoram em média 600 anos para decomposição. Por isso se acumulam em aterros sanitários, vias públicas, rios e lagos, obstruindo galerias e bueiros, além de facilitar a proliferação de insetos.   
            A lei federal nº12. 305, de 2 de agosto de 2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A resolução CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) nº 416/2009 – Destinação de Pneus Inservíveis. Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada. Já a lei municipal nº 13.756 de 17 de dezembro de 2009 obriga as empresas que comercializam pneus, pilhas, lâmpadas, baterias à base de metais pesados a possuírem locais seguros para recolhimento dos usados e a fixarem placas com informações sobre prejuízos causados pelos produtos ao meio ambiente.      
             Outro exemplo de iniciativa em prol da responsabilidade ambiental é o da empresa fabricante de pneus Goodyear que esse ano começou a fabricar em Americana os pneus ecológicos com tecnologia FluelMax. Esses pneus possuem compostos especiais que, além de garantir menor resistência ao rolamento, influencia no desempenho e representa economia de combustível em sua vida útil. Assim há vantagem tanto para o meio ambiente, com menos emissão de gases de efeito estufa, como para os motoristas pela economia com combustível. 
      Pneus coletados em Campinas são reciclados pela Reciclanip
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