Vinícius Conde
Foto: Vinicius Conde
Acumulo de lixo na Cooperativa de Santa Genebra |
O Brasil produz 240 mil toneladas de lixo por dia. Em Campinas, por exemplo, que é a sexta maior geradora da região Sudeste, recicla apenas 2%, ficando bem atrás de São Paulo com 10%. A explicação para esse baixo número de reciclagem passa pelo fato de as pessoas não separarem devidamente o lixo do material reciclável. Isso dificulta o trabalho nas cooperativas, que recebem tudo misturado e acabam perdendo material que poderia ser reaproveitado.
É o que acontece na Cooperativa Santa Genebra, como explica a presidente Janaína Pires. “A coleta seletiva é muito ruim”, frisa. Metade da coleta é triturada. A cooperada Patrícia Moura afirma que “vem muito lixo pra cá, muito lixo, o que a gente tira de lixo aqui não é brincadeira. A gente tira mais lixo do que material”.
A falta de auxilio da prefeitura e as condições de trabalho geradas pela falta de estrutura também fazem com que fique cada vez mais difícil identificar uma evolução. Os cooperados trabalham sobre o risco eminente e constante de acidentes. “Por mais que a gente trabalhe com luva sempre corre o risco de se furar, porque essas luvas não protegem de uma agulha ou de algum corte”, diz Patrícia com ar de protesto. Já a presidente afirma que tem como fechar a cooperativa, pois estão sem porta, o que resultou na perda de muito material reciclado por causa dos assaltos.
A administração pública tem conhecimento dos problemas, mas afirma que no momento não pode resolver. “Nós temos barracões que estão com problemas de estrutura e a prefeitura está impedida inclusive de fazer financiamento ou investimento nesses barracões” afirma Sebastião Arcanjo, secretário do Trabalho e Renda. Ele completa dizendo que isso se deve ao fato de essas cooperativas não estarem hoje, no ponto de vista legal, em condições de receber apoio.
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