Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Campinas recicla 100% dos pneus recolhidos

Mariana Flório Fenerich

            Os pneus recolhidos de lixões, borracharias e nas residências de Campinas pela prefeitura da cidade são reciclados e transformados em sola de sapatos, tapetes para carros e dutos pluviais.  O trabalho é possível pelo convênio existente com a Reciclanip, entidade sem fins lucrativos, criada em 2007 pelos fabricantes de pneus novos Bridgestone, Goodyear, Michelin e Pirelli e responsável por recolher e reciclar 100% dos pneumáticos recebidos pelo Departamento de Limpeza Urbana, o DLU, órgão da Secretaria Municipal de Serviços Públicos.          
            Todo mês são coletados cerca de 30 mil pneus, de acordo com o responsável pela logística do departamento, Carlos Quirino. Em 2010, de janeiro a dezembro, o número foi de 210.421 e em 2011, de janeiro a setembro, 135.205 unidades.  A coordenadora de relações públicas da Goodyear, Thaís Ruiz, explica que nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal há 711 pontos de coleta. De acordo com ela, desde 1999, as indústrias locais destinaram para reciclagem 1,7 milhão de toneladas de pneus, o que equivale a 342 milhões de pneus de passeio.            
            Em Campinas, o processo para a reciclagem de pneus acontece da seguinte forma: representantes da Secretaria Municipal de Saúde, a partir de seu programa de combate a dengue, percorrem áreas consideradas propícias à proliferação do mosquito, como borracharias e terrenos baldios, anotam o endereço e a secretaria manda caminhões aos locais, recolhe os pneus e os envia ao DLU.            
            Quando descartados de forma incorreta, os pneus representam ameaça ao meio ambiente, já que demoram em média 600 anos para decomposição. Por isso se acumulam em aterros sanitários, vias públicas, rios e lagos, obstruindo galerias e bueiros, além de facilitar a proliferação de insetos.   
            A lei federal nº12. 305, de 2 de agosto de 2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A resolução CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) nº 416/2009 – Destinação de Pneus Inservíveis. Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada. Já a lei municipal nº 13.756 de 17 de dezembro de 2009 obriga as empresas que comercializam pneus, pilhas, lâmpadas, baterias à base de metais pesados a possuírem locais seguros para recolhimento dos usados e a fixarem placas com informações sobre prejuízos causados pelos produtos ao meio ambiente.      
             Outro exemplo de iniciativa em prol da responsabilidade ambiental é o da empresa fabricante de pneus Goodyear que esse ano começou a fabricar em Americana os pneus ecológicos com tecnologia FluelMax. Esses pneus possuem compostos especiais que, além de garantir menor resistência ao rolamento, influencia no desempenho e representa economia de combustível em sua vida útil. Assim há vantagem tanto para o meio ambiente, com menos emissão de gases de efeito estufa, como para os motoristas pela economia com combustível. 
      Pneus coletados em Campinas são reciclados pela Reciclanip
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domingo, 30 de outubro de 2011

São José discute usina para resíduos sólidos

Prefeitura tem projeto para incinerar resíduos de aterro sanitário; ambientalistas contestam

Luara Oliveira

A Prefeitura de São José dos Campos debate com os moradoes o futuro do tratamento de resíduos na cidade: a implantação da Usina de Recuperação de Energia. Hoje, o município recolhe cerca de 200 mil toneladas de lixo por ano e leva todo o material para o aterro sanitário da Urbam (Urbanização Municipal).
Segundo André Miraguaia, secretário do Meio Ambiente, o aterro tem apenas mais 12 anos de vida útil e por isso a Prefeitura está se antecipando na busca de uma solução para o problema. “Em São José não existe mais área para fazer outro aterro sanitário. O nosso só tem mais 12 anos de vida. Quando acabar esse tempo, não teremos outro lugar onde depositar o lixo”, afirma o secretário.
A solução escolhida então é a Usina de Recuperação Energética que reunirá um mix de tecnologias, com a separação mecânica do lixo, biodigestão de resíduos orgânicos e a queima de materiais não recicláveis, gerando energia. Instalada na região do Torrão de Ouro, este processo aumentará a vida útil do aterro sanitário em até 40 anos. Os ambientalistas se opõem, salientando que a incineração do lixo traz danos consideráveis para a qualidade do ar, podendo ser prejudicial a saúde. O governo rebate e afirma que exigirá um meticuloso plano de contenção de poluição, com filtros de última geração para conter os gases poluentes.
Para Miraguaia, a usina é a melhor solução para a cidade e, ao contrário do que os ambientalistas dizem, trará ganhos ambientais para São José. “Nós vamos aumentar nosso poder de reciclagem, vamos conseguir separar o lixo orgânico do rejeito do lixo e daremos uma destinação adequada para esses resíduos e ainda transformar em energia” completa.
Karla Longo, doutora em ciências atmosféricas pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de São José, explica que as emissões de uma usina que siga padrão europeu, como é a intenção, não oferecem risco à atmosfera da região. “Mas existe preocupação quanto à manutenção dos filtros (responsáveis pela eliminação de gases tóxicos). Acredito que o governo municipal tem que fiscalizar isso e impor regras antes da concretização do projeto”, afirma Karla.
A tecnologia estudada para São José vem de rigorosos padrões internacionais de controles de emissões, que assegure e preserve a saúde e qualidade de vida da população. A prefeitura disponibilizou o projeto da Usina de Recuperação Energética para consulta pública na página da Secretaria do Meio Ambiente, em www.sjc.sp.gov.br

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Cooperativas de lixo tentam sobreviver sem apoio da prefeitura

Reciclagem não é estimulada e a vida útil do aterro sanitário está com os dias contatos 


Lixo acumulado é um dos problemas


Por Marília Rastelli

           Campinas enfrenta um desafio: o que fazer com a grande quantidade de lixo produzida pela cidade. Enquanto o aterro sanitário já está 30% acima de sua capacidade, a alternativa para estimular a reciclagem é deixada de lado, as cooperativas da cidade estão abandonadas e sem condições de trabalho.
A cidade produz hoje cerca de 1,24 tonelada de lixo por dia, segundo dados da prefeitura. Cada morador é responsável pela produção de 320 toneladas de lixo por ano, número que aumentou mais de 40% nos últimos 5 anos. 
           A maior parte desse lixo tem um destino principal, o aterro sanitário Delta A, que recebe cerca de 900 toneladas de lixo por mês.  Desde o ano passado, o local não suporta mais o grande volume de resíduos e sofreu uma interdição da Sabesp, órgão responsável pela fiscalização ambiental. A alternativa encontrada pela prefeitura foi a construção de um novo aterro, o Delta B. Porém, segundo a Sabesp, o local é impróprio para isso, portanto, o órgão ainda não concedeu a licença ambiental necessária para o funcionamento. O prazo é que o Delta B funcione no ano que vem, mas ainda aguarda a decisão da Sabesp.  Por enquanto, Campinas não tem onde depositar o lixo.
       A alternativa é a reciclagem dos materiais, mas as cooperativas de reciclagem estão abandonadas e lidam com a falta de incentivo da prefeitura. A falta de estrutura é a principal reclamação, já que as 14 cooperativas que funcionam na cidade não tem os equipamentos necessários e a maioria não tem locais adequados de trabalho.  Segundo Aparecida de Fátima Assis, diretora da cooperativa Antônio da Costa Santos, o abandono do barracão onde ficam os materiais compromete no resultado do trabalho. “É muito difícil sobreviver sem nenhum incentivo da prefeitura, a gente acaba não conseguindo reciclar tudo que a gente recebe aqui, porque o barracão não tem porta e metade do teto está destruído, então sempre corremos o risco de perder tudo que a gente produziu com a chuva”, diz a diretora, ressaltando ainda que 34 famílias garantem o sustento na cooperativa, número que poderia ser maior. 
     Segundo José Carlos Barbosa, presidente da Associação das Cooperativas de Campinas, as cooperativas tem capacidade para reciclar 60 toneladas de lixo por mês, número que representa apenas 10% do que a cidade produz. Porcentagem que poderia ser mais significativa, se a prefeitura colocasse em prática uma promessa antiga. Em 2006, um acordo entre a administração e a Tecam pretendia apoiar as cooperativas com a construção de dois novos barracões por ano e doação de equipamentos. O projeto não saiu do papel, e até hoje apenas uma cooperativa foi revitalizada. “Hoje pra sobreviver nós temos que fazer milagre, sem apoio nenhum”, diz José Carlos.
         A prefeitura alega que ainda não revitalizou as cooperativas pois algumas estão irregulares, e o processo para regularização demorou mais que o esperado. Mesmo assim, a administração garante que o projeto está em andamento. Pelo o que se vê, em passos lentos.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Vinhedo lança Projeto de Lei para implantar o PSA

Mata do Jardim das Paineiras, uma das APPs de Vinhedo
Por Bia Von Zuben
Vinhedo estuda, por meio da Secretaria do Meio Ambiente, um projeto que tem como objetivo realizar o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), parte do programa “Vinhedo a Caminho da Sustentabilidade. Preservando a qualidade de vida!”, criado em parceira com a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Oscip Elo Ambiental.
O projeto visa conservar e recuperar os fragmentos de vegetação nativa, bem como proteger mananciais e manter a biodiversidade, garantindo a qualidade de vida de Vinhedo. De acordo com o coordenador do projeto e representante da Ong Elo Ambiental, Edson Ferreira, “a Ong sugeriu o uso da ferramenta (PSA) à Prefeitura e à Câmara Municipal, e fez também uma aproximação com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, para apoiar na elaboração do projeto de lei”.
Os proprietários de terrenos particulares com córregos, nascentes, topos de morros e encostas e fragmentos de vegetação nativa serão incentivados a preservá-los, por meio de legislação municipal que definirá formas de pagamento. Segundo Edson Ferreira, essas áreas são de preservação permanente, as APPs, identificadas de acordo com as definições do Código Florestal Brasileiro e as informações do Instituto Geográfico e Cartográfico (IGC).
O projeto PSA é importante, não só para Vinhedo como para o Estado de São Paulo e para o Brasil, de acordo com Edson Ferreira. “O Governo de Estado já regulamentou o PSA e o Congresso discute a inclusão do PSA na reforma do Código Florestal”, afirma. O PSA é conhecido como um mecanismo de incentivo econômico às boas práticas ambientais, que segundo Ferreira deve ser utilizado em conjunto com a legislação já existente.
De acordo com informações da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Vinhedo, o projeto de lei prevê a criação de um comitê gestor, composto por representantes de entidades de preservação ambiental, que irá acompanhar o processo.

O exemplo de Extrema (MG)
Em Extrema, interior de Minas Gerais, foi implantado um sistema semelhante ao PSA, que segundo Edson Ferreira foi o pioneiro no Brasil. Há ainda outras iniciativas mais antigas no exterior. “Recentemente, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo lançou o PSA em outras cidades em caráter experimental. Não há uma parceria entre Extrema e Vinhedo, mas a experiência acumulada pela Prefeitura de Extrema tem servido para orientar novas iniciativas”, afirmou Edson.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Uma volta ao mundo com o lixo eletrônico

Greenpeace alerta: 50 milhões de toneladas de sucata tecnológica são produzidas por ano

Por Thaís Inocêncio

‘Tecnojóias’: placa-mãe de computador é a matéria-prima

Enquanto uns chamam de lixo eletrônico, Naná Hayne  chama de arte. A artista plástica utiliza componentes de equipamentos eletrônicos para criar telas e bijuterias, as chamadas ‘tecnojóias’. E é assim que ela mostra que tem consciência da importância do descarte correto da sucata tecnológica: com criatividade. “A finalidade do meu trabalho é mostrar quão bela é esta matéria-prima chamada lixo eletrônico, o quanto é possível educar, ainda que de modo indireto, quando se olha para o lixo transformado artisticamente”, afirma.

            Naná, através das obras, alerta para o problema do lixo produzido pelos produtos eletrônicos, cada vez mais crescente em função da popularização desses artigos.  Segundo a organização não-governamental Greenpeace, se as 50 milhões de toneladas de eletroeletrônicos descartadas por ano fossem colocadas em containers de um trem, os vagões dariam uma volta ao redor do mundo.

            Descartados de forma incorreta, os elementos químicos presentes nos produtos eletrônicos, como o mercúrio, o chumbo, o fósforo e o cádmio, podem contaminar o ar, os lençóis subterrâneos - responsáveis por mais de 90% da água potável – e, dessa forma, os alimentos.

            A solução é a reciclagem. Segundo o engenheiro eletrônico e diretor da empresa Descarte Certo, Ernesto Watanabe, responsável pela coleta e reciclagem de produtos tecnológicos, o reaproveitamento tem dois principais benefícios: evitar que essas substâncias entrem em contato com o meio ambiente e diminuir a retirada de matéria-prima da natureza para a produção de eletrônicos, na medida em que é recolocado no processo produtivo.

            Mas a maioria dos brasileiros ainda não tem esse costume e é responsável pela geração de 500 mil toneladas de lixo eletrônico por ano, o que faz do Brasil o país emergente que gera o maior volume desse material per capita anualmente. “O número de pessoas que descarta produtos eletrônicos corretamente é muito pequeno. Motivo? Falta de conscientização”, afirma Watanabe. 

E-lixo maps - O pretexto dos que reconhecem a importância do descarte correto de produtos eletrônicos, mas não o fazem, é a dificuldade de encontrar o local adequado para depositar a sucata tecnológica. A desculpa acabou. Uma parceria entre a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e o Instituto Sérgio Motta, um centro de projetos e debates voltados ao uso criativo da tecnologia e à inovação, resultou na criação do ‘e-lixo maps’, um localizar dos postos de coleta do e-lixo, mais próximos de casa.

            Para encontrar os locais que recebam e reciclem esse tipo de resíduo, basta entrar no site www.e-lixo.org, inserir o CEP da residência e o tipo de lixo eletrônico que precisa ser descartado. O próximo passo é a atitude consciente.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Tecnologia limpa garante desenvolvimento sustentável para produtor

 Mariana Silva
 
Corante natural. O consumidor que vê essa frase nas embalagens de produtos alimentícios como a salsicha não imagina as inovações que o corante vem sofrendo para melhorar os processos de produção e chegar aos supermercados um produto feito com tecnologia ecologicamente correta. O pigmento vermelho (bixina) é extraído da semente (que tem em média 4%), de uma planta chamada Urucum (Bixa orella L.) e essa extração poderá ser feita na propriedade dos produtores graças a pesquisa desenvolvida pelo químico e pesquisador do ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos), Paulo Roberto Nogueira de Carvalho que trabalha com a planta há vinte anos.

A metodologia empregada usa a água como solvente, assim, não agride o meio ambiente e os produtores economizam no transporte, pois no campo onde é extraída a bixina fica a semente, então apenas 10% do peso vai para a indústria. “O maior benefício é fazer com que o produtor consiga comercializar este produto pré-processado. Hoje ele comercializa a semente e, com esse método, o que vai para a indústria é uma pasta ou pó deste corante. O resíduo que fica no campo (semente úmida) pode ser aproveitado na ração animal, importante como suplemento alimentar para galinhas poedeiras, com 12% de proteína e ajuda na coloração da gema do ovo”, explicou Carvalho.

A pesquisa também aumentou o rendimento da extração à base de água, no caso de sementes com maiores teores de lipídios (óleos). “Com a exposição da semente a temperatura maior, possibilitou um salto de 60% para mais de 90% de extração”, salientou ele.

Para a extração do urucum podem ser usados vários solventes como o KOH (hidróxido de potássio) ou o NaOH (hidróxido de sódio), mas o descarte do resíduo industrial à base desses solventes tem impacto ambiental e outros corantes artificiais podem causar alergias.

Como o consumidor está cada vez mais exigente, tem optado por produtos naturais. A estudante Carolina Lins e Silva, 14 anos, sente na pele a importância de alimentos à base de corantes naturais. “Como tenho alergia, minha mãe já sabe quais produtos comprar”. As indústrias também têm atentado as preferências dos consumidores. O urucum é o corante mais utilizado no mundo. A maior empresa brasileira do ramo, a Chr. Hansen, em Valinhos, interior de São Paulo, está atenta às pesquisas relacionadas ao urucum e espera que este projeto seja patenteado. “Achamos o projeto muito positivo e temos nos reunido para formar parcerias com produtores e pesquisadores para compartilhar os benefícios que são mútuos”, ressaltou a assessora de imprensa Rosa Maria Fernandes.

O tempo vai mudar

Noites mais quentes e aumento de tempestades são as projeções de estudos para Campinas

Vanessa Bispo (vanessa_bispo007@hotmail.com)

As tempestades vão se tornar mais frequentes nas cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, é o que revela o estudo realizado pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A estimativa é de que daqui a 60 anos, ou seja, em 2070, o número médio de tempestades será duas vezes maior em relação aos dados atuais. “Este aumento, contudo, pode ocorrer bem mais cedo, se considerarmos que o aquecimento global se intensifique, conforme alguns cenários de maiores emissões de gases estufa sugerem a partir de projeções de modelos climáticos”, alerta o coordenador do ELAT e um dos pesquisadores do estudo Osmar Pinto Júnior.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores se basearam nos dados registrados nessas cidades num período de 60 anos, devido a esse volume de dados e pela credibilidade das informações é que as cidades foram escolhidas. Por isso, conforme afirma o coordenador do ELAT, o aumento poderá ocorrer também em outras regiões e que estudos equivalentes estão sendo feitos para as outras regiões do país e deverão ser divulgadas no futuro. Nas regiões litorâneas, inclusive, a projeção é de que o aumento de tempestades deverá ser três vezes maior.

O aquecimento das águas do oceano Atlântico relacionado ao aquecimento global é o responsável pelo o aumento das tempestades. Para o pesquisador, as estimativas do estudo só poderão ser revertidas, se a temperatura do oceano parar de subir, o que é pouco provável.

Para amenizar os efeitos do aumento de tempestades, a Defesa Civil de Campinas informou que todos os anos estabelece um plano para evitar períodos chuvosos.
Saiba quais são os principais bairros atingidos, segundo a Defesa Civil.




 TEMPERATURAS
Em Campinas, nos últimos 100 anos, a temperatura mínima se elevou aproximadamente 2,5 graus. Com esses dados, o pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Gabriel Constantino Blain, projeta que entre 2020 a 2050, as temperaturas mínimas vão subir ainda mais e as geadas ficarão menos frequentes. Essa estimativa também é apontada pelo último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o qual indica que a intensidade e a frequência de eventos climáticos, como as geadas, vão sofrer alterações, já que o clima vai ficar mais quente.

O estudo realizado por Blain aponta que o aumento da temperatura mínima nos últimos 60 anos, comparado com as temperaturas máximas se intensificou. Além disso, esse aumento foi verificado, principalmente, no período noturno, quando ocorre a absorção do calor pelo solo e que essa é uma tendência mundial. Como agente causador, o aquecimento global é um dos indicados, mas, para o pesquisador do IAC, não é o único fator. “Os estudos não têm a pretensão de ser categóricos, afinal, as coisas mudam e, mais tarde pode se chegar a outra conclusão”, lembra.

Com relação às chuvas, Blain diz que estão chegando com atraso e que isso foi percebido primeiro pelos produtores rurais, já que, este atraso se reflete na demora para a colheita. Sobre os efeitos das mudanças climáticas para o ser humano, como este citado, o pesquisador comenta que o que mais chama atenção é a vulnerabilidade das pessoas ante as mudanças do clima e a contribuição do homem nestes problemas. “O mundo só pensa em consumir, em ter, e se esquece das conseqüências provocadas. Além disso, ocupam áreas como encostas de morros e depois culpam o clima”, conclui.