Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A onda verde chega à beleza

Maíra Bentim

Segundo dados da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), o Brasil ocupa o terceiro lugar no mercado mundial de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, ficando atrás apenas dos EUA e Japão.
Em função de preocupações que podem (e devem) passar pela cabeça dos consumidores, como a origem dos ingredientes utilizados para produzir shampoos, sabonetes e cremes, as empresas de cosméticos se preocupam cada vez mais em inserir na composição de seus produtos ingredientes que sejam naturais e respeitem a natureza.
O Guia de Controle de Qualidade de Cosméticos, uma parceria entre a ABIHPEC e a ABC (Associação Brasileira de Cosmetologia) sob coordenação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), busca justamente isto: ser uma referência no mercado para garantir que somente produtos com qualidade e segurança adequadas cheguem até os consumidores.
Entre os produtos preocupados em oferecer ingredientes verdes está a linha Ekos da Natura, que busca o uso sustentável da botânica brasileira. Esta linha cresceu gradativamente até atingir a posição que ocupa atualmente: a linha que mais vende da Natura, segundo a consultora Andréa Agenor. “A linha Ekos oferece tratamentos para mãos, rosto e corpo. Os óleos vegetais trifásicos são menos concentrados, para manter o ph da pele, e os sabonetes possuem ingredientes com uma hidratação maior”, diz.
A estudante Mariana Radaeli afirma que procura sempre adquirir cosméticos verdes e que sabe dos cuidados que deve ter ao escolher um produto de beleza. “Nem sempre é possível, mas busco comprar coisas que eu sei que são naturais”, conta.
Por outro lado, os cosméticos não são completamente inofensivos ao meio ambiente. O biólogo Luiz Gustavo Ferreira conta que componentes químicos, alguns deles utilizados em produtos de beleza como shampoos e cremes hidratantes, podem trazer prejuízos à natureza. “Assim como qualquer químico, aqueles presentes nos produtos de beleza e higiene também podem afetar o meio ambiente, trazendo contaminações ao solo ou à água”, diz.


História dos Cosméticos - O vídeo A História dos Cosméticos, produzido nos EUA em 2010, é um projeto do website The Story Of Stuffs (A História das Coisas) em parceria com o Free Range Studios, que promove uma campanha para cosméticos seguros. O vídeo trata da questão da nocividade dos cosméticos que são usados frequentemente, do que estamos oferecendo a nosso corpo e o quanto estamos agredindo o meio ambiente quando optamos por usar determinado produto.







terça-feira, 19 de outubro de 2010

Conscientização feminina gera planeta saudável

Laura Monsef


Absorvente de silicone, uma nova adaptação das mulheres


Mooncup, uma nova opção de absorvente interno

Grande parte das mulheres no ciclo menstrual, passa por algumas situações desconfortáveis, mas algumas alternativas vêm surgindo com adaptações e diferentes modelos. Uma nova solução que está sendo bem aceita é o mooncup - "copo da lua", um copo menstrual reutilizável que tem por volta de 5 centímetros de comprimento e feito de silicone.
O mooncup é usado internamente como um absorvente interno tipo o.b., porém coleta o fluxo menstrual ao invés de absorvê-lo. Diferente dos absorventes internos o produto não é descartável e pode ser usado por um período indeterminado, higienizando-o. O processo para reutilizá-lo é muito fácil e simples, após o uso basta ferver durante cinco minutos em uma panela aberta, até que ele se esterilize.
A nova adaptação não interfere na saúde íntima da mulher e busca a intenção de respeitar o meio-ambiente e poupar dinheiro. Ele é recomendado para ser usado tanto em exercícios físicos quanto em viagens e no período noturno.
Segundo a ginecologista Marina Ferreira, “a superfície macia do mooncup permite que o muco das membranas da parede vaginal continue a exercer suas funções essenciais de proteção e limpeza. Não absorve os mecanismos de defesa natural do corpo e não deposita fibras na parede vaginal”, frisa. Ele é constituído por uma linha médica especial de silicone não alergênico, derivado da sílica, um dos minerais mais abundantes na terra.
O “copo de lua” recebe 30 ml de fluxo, que é aproximadamente um terço da
média total produzida em cada período menstrual. Uma ligeira vedação é formada com sua
parede vaginal permitindo que o fluxo passe direto para o mooncup sem
vazamento ou odor.
Apesar de ser indicado para todas as mulheres, seu uso é recomendado principalmente para quem têm alergias e pele sensíveis, candidíase ou eczema. O “copo da lua” pode ser encontrado em dois tipos de tamanho.
Gabrielle Astier tem 22 anos e usa o mooncup há mais de um ano. Afirma ter conhecido o produto por meio de amigas. “No começo tive uma repulsa quando ouvi pela primeira vez, depois me acostumei com a ideia e resolvi experimentar e passei a me amar mais e a me respeitar também. Fizemos uma compra coletiva do produto, pois ainda não era fabricado no Brasil”. Hoje, o produto já é vendido no país por distribuidores locais.
Há também outras opções que entram neste mercado ecológico, produzidos por artesãs, e que também agradam as mulheres. É o caso do abios, absorventes de paninho 100% algodão, com facilidade e praticidade para a higiene íntima da mulher. Basta lavar corretamente e reutilizá-lo. A conscientização de usar estes produtos ecológicos é a atitude de não gerar mais lixo e experimentar novas idéias.

Bicicleta: alternativa limpa e saudável

Marina Simão vai para a escola todos os dias de bicicleta


Guilherme Dorigatti

A frota de veículos em Campinas cresceu 6,1% em 2009, de acordo com dados divulgados pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN). Quase quatro veículos a mais por hora. Com 650 mil veículos, a cidade é terceira com maior taxa de motorização no Brasil, um veículo para cada 1,6 habitantes, atrás apenas de Curitiba e Goiânia.
Além do problema dos engarrafamentos, a poluição do ar é uma grave consequência do grande número de veículos. Um cálculo feito pela Companhia Brasileira de Florestas Tropicais indica que a frota de Campinas emite por ano cerca de 1,8 milhão de toneladas de gás carbônico, e para neutralizar essa quantidade de gás, seria necessário plantar oito milhões de árvores por ano.
A bicicleta é um meio de transporte que não polui e ainda contribui para a saúde de quem a utiliza. Nesse cenário, a bicicleta desponta como uma alternativa para diminuir os impactos causados pelos automóveis.
Olivar César de Oliveira, chefe do departamento de projetos viários da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (EMDEC), defende a busca por meios de transporte mais limpos, como a bicicleta. “O aumento incontrolável do número de veículos leva ao aumento da emissão de poluentes e seus prejuízos à saúde da população. Assim, alternativas de transporte, como o uso de bicicletas e alternativas energéticas menos poluentes, podem trazer impactos positivos para o meio ambiente e ajudar a acabar com os engarrafamentos”.
Carlos Teixeira é um dos fundadores do grupo Campinas Ciclo Viável, que tenta promover a utilização da bicicleta como meio de transporte. Ele acredita que a bicicleta trás vários benefícios, e que os governantes devem prestar mais atenção ao tema. “A bicicleta é um meio de transporte eficaz, econômico e ecológico. Mas precisa de melhores condições de circulação. A população e o poder público precisam se conscientizar da importância disso. É necessário investir dinheiro e deixar de blá blá blá”. Carlos conta ainda, que cidades como Rio de Janeiro e Joinvile estão, aos poucos, se adaptando para o uso das bicicletas, e que os grandes exemplos do uso desse meio de transporte ainda são no exterior, como a cidade de Bogotá, na Colômbia, e países como Holanda e Dinamarca.
A estudante Marina Simão, de 16 anos, vai todos os dias para a escola de bicicleta. Ela conta que existem várias vantagens em utilizar a bicicleta. “De manha, quando eu saio de casa, tem um trânsito bem grande. Indo de bicicleta eu demoro quinze minutos para andar o que de carro levaria mais de meia hora. Além disso, contribuo para a limpeza do ar e ainda faço um exercício”.
Os grandes problemas de andar de bicicleta nas ruas são a inexistência de infra-estrutura e a falta de respeito por parte dos motoristas. Marina diz que já passou por vários sustos no caminho para a escola. “Já levei fechadas, e eles sempre buzinam e chingam. Os motoristas dos carros não respeitam os ciclistas e não percebem que quem faz mal ali é o carro dele”.
Olivar César, diz que para solucionar esses problemas, a EMDEC planeja a inclusão de ciclovias nas principais avenidas da cidade. “Todos os novos projetos de corredores desenvolvidos pela Emdec contemplam a execução de ciclovias. Os corredores do Campo Grande e do Ouro Verde, a Avenida Comendador Aladino Selmi e a ligação entre a UNICAMP e o Terminal Barão Geraldo já devem ser feitos com o espaço para bicicletas. Além disso, A promoção de atividades educativas também é fundamental para a conscientização de toda a população”.
Enquanto os planos não deixam o papel, pessoas como Marina seguem acreditando, que um dia, a bicicleta tenha a importância que merece. “Se as avenidas da cidade tivessem infra-estrutura, dava pra ir de bicicleta para qualquer lugar. Daí todos poderiam deixar os carros de lado e contribuir para o meio ambiente e para a saúde das pessoas”.