Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Dia de Aprender

Crianças aprendem que a magia do Papai Noel também pode ajudar a plantar mais arvores

Bruno Chiarotti

Papai Noel plantando muda de Ipê

Natal não é apenas ganhar presentes, fazer pedidos, também é aprendizado. Foi o que aconteceu no ultimo dia 27 de novembro no Shopping Prado, no bairro Parque Prado em Campinas. As crianças que esperavam o Papai Noel tiveram uma aula de educação ambiental. Tudo aconteceu de maneira lúdica, um mago indagava para as crianças onde estaria o bom velinho, e porque ele ainda não havia chegado.
Então as crianças teriam que descobrir, procurando pelos quatro elementos do planeta (água, fogo, terra, ar) que foram espalhados em alguns pontos do shopping, e cada vez que as crianças encontravam um dos elementos eram entretidas por uma apresentação artística, como no caso do ar onde uma artista fez uma apresentação com tecidos.
Por fim, quando os quatro elementos foram finalmente encontrados e reunidos no palco, que estava na praça de alimentação, o Papai Noel surgiu ao meio de fumaça e muita expectativa, com sua chegada, as cerca de 200 crianças que participavam do evento receberam, cada uma, uma saquinho com 10 sementes de Ipê, porem, no total, o shopping disponibilizou 500 saquinhos com sementes, que foram distribuídos para todos que acompanhavam o evento com a criançada.
Ao fim, antes do Papai Noel começar a receber os pedidos de presentes, houve uma reunião no jardim para que a primeira semente fosse plantada, como um símbolo do que deveriam as pessoas fazer com as sementes que receberam. “Foi importante essa parte, pois as crianças viram o que realmente deveriam fazer com a semente, não adiantaria muito se nós só tivéssemos dado, é importante mostrar o que fazer” disse Maria Stella Pires, funcionaria do shopping que ajudou na organização do evento.
Agora 5000 sementes de Ipê estão esperando sua hora de nascer para um mundo mais verde e educado, e para que isso acontece da maneira mais correta possível o Shopping Prado publicou em seu site como plantar corretamente as sementes: (http://www.shoppingprado.com.br/2010_natal_txt.php)

Ganhando com o lixo

Maíra Bentim

Saber que o meio ambiente está sendo cada vez mais degradado e poluído já não é o suficiente. Outras medidas tornam-se necessárias e, neste quadro, a reciclagem está cada dia mais presente na vida dos brasileiros.
O Brasil, mesmo quando comparado a alguns países desenvolvidos, apresenta elevados índices de reciclagem de materiais. Segundo dados da Associação Brasileira de Embalagens (ABRE), os produtos campeões de reciclagem no país são as latinhas de alumínio (95,7% da produção nacional) e o papelão (79% do total consumido), superando países como Estados Unidos, Alemanha e Japão. O aço, as garrafas PET, vidros, papel, embalagens longa vida e plásticos também estão no ranking nacional de reciclagem, com índices que variam de 16,5% a 70% do total destes materiais reciclados.
A Prefeitura de Campinas possui um programa de coleta seletiva do lixo desde 1992. Até 2001, todo o material coletado no município era pesado e doado ao Fundo Social de Solidariedade. Desde então, o reciclável recolhido passou a ser doado a cooperativas de reciclagem: são 14 cooperativas legitimadas na cidade que reciclam uma média de 350 toneladas de material por mês.

Reciclar o lixo, além de ser um ato de consciência ambiental, pode também gerar renda. A Cooperativa de Reciclagem Barão, localizada no bairro Real Parque, é uma das legitimadas pela Prefeitura em Campinas. Resultado de um projeto de governo do ex-prefeito Toninho, a cooperativa existe há nove anos e conta com 23 trabalhadores.
Segundo a presidente Rosane de Ávila, o trabalho realizado na cooperativa gera, em média, cerca de R$ 600 mensais, quantia que é dividida entre todos os cooperados. “Tudo dependa da época, já chegamos a ganhar até R$ 800. Mas agora, quando vai chegando o final do ano, o material começa a vir muito sujo e perde a qualidade, e aí o preço dele cai também”, diz.
Rosane também explica como funciona a parceria com a Prefeitura. “Eles doam o material e pagam o aluguel do barracão, que a gente usa como depósito. Mas o aluguel do terreno ao lado, que é necessário para que todo o material seja armazenado, é pago pela própria cooperativa”. O aluguel mensal é de R$ 1780, incluindo o valor do IPTU.

O cuidado das plantas para o verão

Adubo caseiro pode ajudar no desenvolvimento

Laura Monsef Elias


Flores em alta estação

As plantas quando bem cuidadas significam e simbolizam um contato maior com a natureza principalmente para pessoas que gostam, mas mora em cidades grandes e apartamentos que não tem espaço maior para melhor cultivá-las. Com a chegada do verão e a intensa variação do clima, estas podem ficar prejudicadas se não for cuidadas da maneira correta.
A correria do dia-dia e a falta de tempo para dedicar-se as plantas, muitos esquecem vasos expostos ao sol o dia todo, o que pode ressecar as folhas e fazer com que dure menos do que o seu tempo certo. Para isto, é necessário que as plantas sejam molhadas em pequenas quantidades de água duas vezes ao dia, tanto na parte da manhã, quanto na parte da noite.
O paisagista Eduardo Brognoni 38 anos recomenda o produto brilha folha, e diz “As plantas devem estar sempre irrigadas, com uma boa adubação e sempre fazer a manutenção a poda da planta, o produto brilha-folha impede ácaros, pulgão, insetos e dá uma estética melhor para a planta”
Com o calor intenso, e a variação do clima algumas plantas não conseguem sobreviver, para as plantas de sombra o uso da estufa climatizada é um grande recurso e assim tornar a planta com maior durabilidade. A estufa protege e controla a temperatura da flor, uma planta que é utilizada neste processo são as azaléias, feito um choque de 25ª a 26ª e após um choque de 15ª a 16ª graus, os botões das flores estoura com mais facilidade.
Um método bastante usado são os adubos orgânicos mais conhecidos como “adubo caseiro” feito com restos de alguns alimentos. João Preshedes 54 trabalha com flores há 12 anos e afirma “O adubo orgânico utilizado da maneira correta é bom para as plantas, a mistura da casca de banana, casca de ovo e pó de café usado, é ideal para o desenvolvimento, mas, é preciso que a medida seja adequada. A quantidade de nutrientes deve ser 2% para 10% de terra.”
Estes nutrientes juntos formam a compostagem que deve ser bem produzida e misturada na terra para a adubação, porém, o uso excessivo pode prejudicar estas bactérias e o desenvolvimento. Para que a planta cresça adequadamente, os resíduos não podem prejudicar os nutrientes da terra, um exemplo é a terra vegetal, um processo de compostagem de material orgânico.
Estes especialistas em flores e paisagismos recomendam sol no período da manhã, pois nem todas as flores podem tomar sol o dia todo, assim evita o ressecamento das folhas e a durabilidade das plantas.
Segundo João “Eu aconselho que tomem sol no período das 8 as 10 da manha, por que não é um período que agride as folhas e nem as flores da planta, mas, é fundamental a exposição ao sol”. No caso de estufa, basta colocá-las através de um vidro.
O uso adequado para a irrigação é que molhe a planta apenas nas beiradas, para que o nutriente da planta não desça com a grande quantidade de água, é necessário que molhe duas vezes ao dia, quando a planta recebe grande quantidade de água, estes nutrientes descem e prejudicam a evolução.

Cidades do interior “importam” poluição da grande São Paulo

Eduarda Giacomello


Segundo os estudos do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG - USP) cerca de 38 cidades, incluindo Campinas, Sorocaba, Piracicaba e Ribeirão Preto, recebem até 30% da poluição da capital do estado – os números variam de acordo com a época do ano, sendo maiores durante o inverno. A abrangência do fenômeno depende da velocidade dos ventos, ou seja, quanto mais fortes, cidades mais distantes são atingidas.
A pesquisa, atualmente coordenada pelo professor Edmilson Dias de Freitas, traça o primeiro perfil do clima e da poluição atmosférica na região metropolitana de São Paulo. Locais tidos como refúgios verdes, como o Pico do Jaraguá ou a Serra da Cantareira, podem chegar a apresentar tantos poluentes quanto nas áreas densamente povoadas. Isso porque, por serem locais altos, retém o ar que vem da cidade.
Além disso, essas altas concentrações são responsáveis pelo aumento de casos de doenças cardiovasculares, de doenças congênitas e agravamento no quadro de doenças respiratórios. Mas a região metropolitana de São Paulo não entra nessa história unicamente como vilã. Da mesma forma como exporta sua poluição, ela também importa. “Os poluentes produzidos na região chegam a 70% a 80% dos que estão presentes no ar. O resto vem do interior e até de outros estados”, expõe Dias de Freitas.
Já o professor de engenharia química da USP, Fernando Serenotti, completa: “em meses como outubro e novembro, chega a 10% a quantidade de poluentes provenientes de queimadas em regiões interioranas produtoras de cana-de-açúcar, como Piracicaba”.
O mais preocupante é o caso do ozônio. Há lugares onde a concentração de O3 perto do solo chega a superar a da capital. “Há menos ozônio no centro da capital ou no aeroporto de Congonhas, do que nas cidades ao redor, porque os próprios poluentes dessas áreas — sobretudo óxidos de nitrogênio — o consomem”, explica Edimilson.
Levados pelas massas de ar, os poluentes emitidos pelos carros, indústrias e queimadas — formadores do gás — saem de São Paulo e participam de reações promovidas pela luz solar, que demoram de duas a três horas para se completar, tempo suficiente para que cheguem a municípios vizinhos ou estacionem nas encostas das serras. “A concentração do nível de ozônio nas cidades de Paulínia e Americana, por exemplo, já supera o índice máximo tolerável estabelecido por resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)”, alerta Fernando Serenotti.

Prefeitura vai rever lei para coleta de baterias

Lei que deveria estar em vigor nem foi regulamentada e já será substituída


Pedro Leão


Uma lei sancionada pelo prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), em dezembro do ano passado, e que deveria estar em vigor desde janeiro, ainda nem foi regulamentada. Trata-se da lei n° 13.756, que obriga todos os comerciantes que vendem pneus, pilhas, lâmpadas e baterias a possuírem locais seguros para recolhimento desses produtos e a fixarem placas com informações sobre os prejuízos causados ao meio ambiente.
De acordo com o texto aprovado pelo prefeito, a fiscalização dos estabelecimentos comerciais estaria regulamentada em 60 dias, ou seja, em março deste ano. Sem explicação da demora sobre a forma de fiscalização, a prefeitura está agora diante de um novo impasse: a lei não vale mais. Em agosto deste ano, o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) aprovou a lei federal n° 12.305 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Entre outras diretrizes, abrange o que a lei municipal previa e também proíbe a criação de lixões a céu aberto.

Segundo o assessor de imprensa da prefeitura Donizeti Vieira, a lei municipal está sendo reavaliada pelo Departamento de Limpeza Urbana (DLU), para que não entre em conflito com a federal. “A lei é muito extensa e não tem previsão para que o estudo seja completado”, afirmou.
Depois de análise e das modificações a serem efetuadas na lei municipal, para se adequar a lei federal, o texto será encaminhado para o Departamento de Assuntos Jurídicos que fará novo projeto de lei para votação na Câmara Municipal.

Alternativas - Enquanto a lei não é definida, a prefeitura criou alternativa para o descarte de lâmpadas, baterias e pilhas. Trata-se do Serviço de Coleta de Resíduos Domiciliares Especiais, que percorre alguns bairros de segunda a sábado, das 8h às 12h e das 13h às 16h.

Confira a relação dos bairros:

2ª feira - Centro de Convivência
3ª feira - Parque Ecológico (Barão Geraldo)
4ª feira - Praça da Concórdia (Pq. Valença)
5ª feira - Largo do Rosário
6ª feira - Bosque dos Jequitibás
Sábado - Lagoa do Taquaral

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Irmãos transformam lixo em renda

Dupla vende artesanato de material reciclado em Barão Geraldo

Francisco Valle



Retirar o lixo da rua e transformar em produtos de artesanato para venda, esse é o trabalho dos irmãos José Antônio Costa, de 21 anos, e Moacir da Silva Costa, de 27.
Moradores do bairro Costa e Silva, os dois estão no ramo há 3 anos e escolheram Barão Geraldo para vender suas obras por acreditarem que o perfil dos estudantes universitários é o adequado para a compra dos produtos. “Nós vendemos nossos artesanatos para os estudantes, pois em geral são os que gostam mais desse tipo de coisa”, diz José, que ainda explicou que de segunda à sexta-feira eles ficam em frente ao restaurante universitário da Unicamp (bandejão) e de final de semana optam por trabalhar no cruzamento entre as avenidas 1 e 2 do distrito.
A especialidade dos irmãos é o jornal que, de forma criativa e bem trabalhada, acaba virando porta papel e lápis, bem como outros objetivos de escritório. Além disso, ainda trabalham com garrafas e qualquer outro tipo de material que possa virar bolsas, carteiras ou simples enfeites.
Sobre os reflexos do serviço no meio ambiente, Moacir acredita que o trabalho é pequeno, mas pode incentivar e mostrar ao outros como ganhar dinheiro de forma correta e em prol da natureza. “Temos um primo que trabalha num galpão de reciclagem e ele nos deu a idéia, vendo que estávamos desempregados. Também ele nos dá a maioria da matéria prima, sempre separa umas garrafas, jornais e até alumínio que vão virar nossos produtos”, disse.
Já para o irmão mais novo, José Antônio , não é só na conscientização que o valor da preservação está empregado. Segundo ele, mesmo com poucos materiais é possível retirar parte do lixo da rua e ajudar na limpeza da cidade. “Estamos deixando as ruas mais limpas e produzindo produtos úteis sem estragar o meio ambiente. Além de ganhar nosso dinheiro, tiramos de circulação o jornal que demora para se decompor”, explicou José. O jornal demora em média 6 meses para se decompor.
A estudante de arquitetura da Unicamp Ângela Bueno, após suas refeições, sempre dá uma olhada nos produtos da dupla. “São bem bonitos e detalhados”, avalia a garota de 23 anos que confessa sempre comprar. “Além de úteis para mim e para a natureza ainda proporcionam renda para pessoas como estas”, cometa.