Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Bicicleta: alternativa limpa e saudável

Marina Simão vai para a escola todos os dias de bicicleta


Guilherme Dorigatti

A frota de veículos em Campinas cresceu 6,1% em 2009, de acordo com dados divulgados pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN). Quase quatro veículos a mais por hora. Com 650 mil veículos, a cidade é terceira com maior taxa de motorização no Brasil, um veículo para cada 1,6 habitantes, atrás apenas de Curitiba e Goiânia.
Além do problema dos engarrafamentos, a poluição do ar é uma grave consequência do grande número de veículos. Um cálculo feito pela Companhia Brasileira de Florestas Tropicais indica que a frota de Campinas emite por ano cerca de 1,8 milhão de toneladas de gás carbônico, e para neutralizar essa quantidade de gás, seria necessário plantar oito milhões de árvores por ano.
A bicicleta é um meio de transporte que não polui e ainda contribui para a saúde de quem a utiliza. Nesse cenário, a bicicleta desponta como uma alternativa para diminuir os impactos causados pelos automóveis.
Olivar César de Oliveira, chefe do departamento de projetos viários da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (EMDEC), defende a busca por meios de transporte mais limpos, como a bicicleta. “O aumento incontrolável do número de veículos leva ao aumento da emissão de poluentes e seus prejuízos à saúde da população. Assim, alternativas de transporte, como o uso de bicicletas e alternativas energéticas menos poluentes, podem trazer impactos positivos para o meio ambiente e ajudar a acabar com os engarrafamentos”.
Carlos Teixeira é um dos fundadores do grupo Campinas Ciclo Viável, que tenta promover a utilização da bicicleta como meio de transporte. Ele acredita que a bicicleta trás vários benefícios, e que os governantes devem prestar mais atenção ao tema. “A bicicleta é um meio de transporte eficaz, econômico e ecológico. Mas precisa de melhores condições de circulação. A população e o poder público precisam se conscientizar da importância disso. É necessário investir dinheiro e deixar de blá blá blá”. Carlos conta ainda, que cidades como Rio de Janeiro e Joinvile estão, aos poucos, se adaptando para o uso das bicicletas, e que os grandes exemplos do uso desse meio de transporte ainda são no exterior, como a cidade de Bogotá, na Colômbia, e países como Holanda e Dinamarca.
A estudante Marina Simão, de 16 anos, vai todos os dias para a escola de bicicleta. Ela conta que existem várias vantagens em utilizar a bicicleta. “De manha, quando eu saio de casa, tem um trânsito bem grande. Indo de bicicleta eu demoro quinze minutos para andar o que de carro levaria mais de meia hora. Além disso, contribuo para a limpeza do ar e ainda faço um exercício”.
Os grandes problemas de andar de bicicleta nas ruas são a inexistência de infra-estrutura e a falta de respeito por parte dos motoristas. Marina diz que já passou por vários sustos no caminho para a escola. “Já levei fechadas, e eles sempre buzinam e chingam. Os motoristas dos carros não respeitam os ciclistas e não percebem que quem faz mal ali é o carro dele”.
Olivar César, diz que para solucionar esses problemas, a EMDEC planeja a inclusão de ciclovias nas principais avenidas da cidade. “Todos os novos projetos de corredores desenvolvidos pela Emdec contemplam a execução de ciclovias. Os corredores do Campo Grande e do Ouro Verde, a Avenida Comendador Aladino Selmi e a ligação entre a UNICAMP e o Terminal Barão Geraldo já devem ser feitos com o espaço para bicicletas. Além disso, A promoção de atividades educativas também é fundamental para a conscientização de toda a população”.
Enquanto os planos não deixam o papel, pessoas como Marina seguem acreditando, que um dia, a bicicleta tenha a importância que merece. “Se as avenidas da cidade tivessem infra-estrutura, dava pra ir de bicicleta para qualquer lugar. Daí todos poderiam deixar os carros de lado e contribuir para o meio ambiente e para a saúde das pessoas”.

Nenhum comentário: