Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Intercâmbio Au Pair ganha cada vez mais adeptos


Thomaz Marostegan


No mercado de trabalho competitivo, as empresas multinacionais valorizam os profissionais que, por algum período, moraram fora do país e tiveram um contato com uma nova cultura e uma língua estrangeira. Por isso, os intercâmbios culturais são a escolha de estudantes que buscam uma formação diferenciada. Uma opção de intercâmbio é o Au Pair.(expressão em francês que significa “aos pais”).

Apesar do programa de intercâmbio existir há mais de dez anos, há apenas dois tornou-se realmente popular entre os interessados em morar fora do país. O Au Pair é um programa de trabalho remunerado em que o candidato deverá escolher um, entre cinco países, para morar: Estados Unidos, Holanda, França, Áustria ou Alemanha. O trabalho consiste em cuidar de crianças em casa de família, deve estudar o idioma local ou fazer um curso ligados a conhecimentos gerais.

O Au Pair é um programa de intercâmbio diferenciado dos demais justamente pela economia de gastos que o programa proporciona. Como a hospedagem e alimentação ficam por conta da família estrangeira, e há a remuneração, na maioria dos casos o estudante consegue fazer uma poupança antes de retornarem ao Brasil.

A estudante de relações públicas, Gláucia Martins, conta que o Au Pair foi escolhido pelo fator financeiro. “Sempre quis morar fora do país, mais especificamente nos Estados Unidos, para aprender o idioma, ter contato com a cultura americana e ainda ver como me sairia sem meus pais ao meu lado. Mas não tinha condições para pagar pelo intercâmbio tradicional. Com este programa realizei o meu desejo.” A estudante, que retornou há pouco mais de três meses, conseguiu um emprego numa empresa multinacional situada em campinas. “Sem o idioma e a maturidade que adquiri não teria passado nas dinâmicas”, afirma.

O diretor da Central de Intercâmbios de Campinas, Mauricio Mascarenhas, conta que o programa tem algumas particularidades. “Os interessados em fazer o Au Pair passam por uma entrevista com a agência e, depois de confirmadas as informações, ele se torna disponível para ser contatado pela família. As próprias famílias, interessadas no perfil do candidato, ligam para entrevistá-lo. Por isso, o inglês intermediário é fundamental”, frisa. Os candidatos também devem ter carteira de habilitação e a experiência comprovada com crianças, com carta de referência.

Dos cinco países que participam do programa, os Estados Unidos, Holanda e Alemanha só aceitam mulheres, enquanto a Áustria e França aceitam tanto homens quanto mulheres. A coordenadora do Au Pair da CI Campinas, Ariane Morelli, afirma que apesar de dois países aceitarem homens, o número de interessados é muito menor do que o de garotas. “Mulheres têm o instinto materno, aquele jeito de cuidar de crianças, mais paciência”, compara. A professora de português, Ananda Necos, 26, está na lista de espera para uma vaga nos Estados Unidos. Ainda sem data concreta, já que não se decidiu por uma família, trabalha em uma creche infantil no Brasil para obter a carta de referência.. “Sempre gostei de crianças e o programa atende todos os meus interesses, além do que poderei fazer um curso de literatura estrangeira”.

O programa aceita pessoas de 18 a 29 anos (com algumas variações entre os países), que falem o idioma no nível intermediário e a duração do programa é de um ano. Apenas a Áustria exige o domínio do alemão. O diferencial do Au Pair é a economia com despesas do programa. Enquanto um intercâmbio cultural tradicional pode sair até por R$30 mil, o Au Pair custa $700 para custear a viagem e os candidatos recebem $200 por mês pelo trabalho realizado e uma bolsa de estudos no valor de $500.

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