Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

domingo, 22 de novembro de 2009

I wanna rock ! Pela primeira vez no Brasil, Twisted Sister faz show caloroso na noite de SP

Por Thomaz Marostegan


Uma pequena fila, com cerca de 300 pessoas, se forma em frente à casa de espetáculos Via Funchal, Vila Olímpia, São Paulo. Está uma noite quente na cidade, em torno dos 26°C e, tem tudo para ser mais ainda mais quente. Ás 20h 20 os portões são abertos e a massa, agora composta por um número bem acima das 300 pessoas, começa a entrar o local. O ambiente está escuro, apenas com uma meia fase de luz.




No palco, uma bateria à frente de outra denuncia que haverá uma banda de abertura. A temperatura permanece agradável, clássicos do rock and roll são executados nos PA´s (caixas de som principais ) agradando e distraindo a platéia que aguarda ansiosa a banda que, em mais de 25 anos de carreira, nunca pisou na América do Sul. São 21h e todas as luzes se apagam, uma expectativa é criada, mas ainda é muito cedo para atração principal. Uma voz feminina é ouvida e uma moça simpática ocupa o palco, iluminada com um único flash, para anunciar uma promoção. Tudo escuro, novamente. Voltam os clássicos e, após mais duas músicas, a mesma mulher entra, novamente uma luz é acessa, e ela anuncia: “Agora, com vocês, a maior banda de heavy metal do mundo!”. Muitas pessoas estão inquietas e pensam em qual banda ela estaria falando. Passam-se alguns segundos. As luzes se apagam e ela termina sua frase: “...com vocês Massacration”. É aí que o público presente entende a piada. Trata-se de uma banda-paródia do programa humorístico Hermes e Renato da MTV.




Os integrantes usam vestimentas, trejeitos e clichês do chamado rock farofa (referente à extravagância das atitudes e roupas dos roqueiros da década de 80). As letras são paródias de músicas nem tão populares entre os roqueiros, mas que contém piadas envolvendo cotidiano e sexo e, na maioria das vezes, cantadas em um inglês enrolation. A parte instrumental é perfeita e até surpreendente. Quem está presente fica impressionado. Com força e energia, a banda cativa até mesmo os mais incrédulos. Músicas como Metal is the Law, Metal Massacre Atac e, principalmente, Metal Bucetation (cantada em uníssono pelos presentes) agitam e aquecem a platéia para o prato principal da noite: o grupo norte americano Twisted Sister.



São 21h 30. As luzes se acendem e o palco começa a ser preparado. Volta a meia fase de luz e os clássicos voltam aos alto falantes. Tudo volta a ser como antes da banda de abertura. Bom, quase tudo. Nesse momento a casa está quase lotada, todos os degraus preenchidos, a temperatura já não é tão refrescante, parece que o forno está ligado. O tempo passa e nada. O relógio bate 22 horas e nada. A simpática moça volta e distribui brindes e faz o anúncio de que a banda entrará em cinco minutos. A platéia fica em polvorosa. Mais clássicos voltam aos falantes, até que, de repente, a música cessa e começam a ser anunciadas as normas de segurança da casa de shows. Os PA´s começam a executar It´s a long way to the top, clássico do AC/DC no volume máximo e já é possível ter uma idéia do que acontecerá no próximo dia 27 no Morumbi, quando a banda ocupará o palco.

Confira no video a Introdução e o sucesso The Kids are back




Neste momento, tudo escuro e a cortina aberta. Desse modo, é possível ver o momento em que o baterista A.J.Pero se posiciona em seu kit. O palco continua apagado e a música de inspiração termina. Começam os acordes de What You Don’t Know, música de abertura de todos os shows desde 1984. O vocalista Dee Snider, com uma voz estridente, anuncia “pela primeira vez no Brasil: Twisted Sister. O público vai ao delírio, o palco pisca em flashes e é possível ver Dee Snider maquiado como nos anos 80, com as roupas e tudo mais. Seus companheiros de banda estão discretos em relação ao que eram nos anos 80 e apenas usam as roupas e os instrumentos daquela magnífica época. A primeira música nem chegou à metade e o público já está ganho.




Com a simpatia e os clássicos despejados pela banda foi difícil ficar parado. O calor que já assolava a todos se intensificou, chegando ao palco: a todo momento o vocalista ia se refrescar atrás dos amplificadores. Depois de cantar algumas músicas, o vocalista travestido se separa de sua fantasia, usando uma versão mais apropriada para o clima. Eis que chega o ponto alto do show: o mega hit da banda We´re not gonna take it, um espetáculo à parte, com uma execução perfeita por parte da banda, um som ainda mais perfeito. A atuação da platéia? Faltam adjetivos descrever o que aconteceu neste momento. Até mesmo o guitarrista e fundador do Twisted Sister, Jay Jay French reconheceu e jurou por Deus que havia sido a maior manifestação ao vivo da música em 25 anos de carreira. Ao final da música, os membros da banda se reuniram na frente do palco para agradecer e conversar com os fãs para, em seguida, munido de uma câmera portátil, o outro guitarrista Eddie Ojeda se preparar para o que viria a seguir. O vocalista anuncia que a introdução será tocada novamente para ficar registrado e foi o que aconteceu: como uma única voz, vocalista e platéia, para cantar. Um som que há muito tempo o Via Funchal não ouvia.





Ao falar em Twisted Sister é possível pensar em tudo. Com a platéia afinada e com a letra das músicas na ponta da língua, a banda começou a tocar a introdução da música The Price, uma balada com ‘ar’ romântico e o vocalista se atrasa (de modo proposital) e perde a entrada da canção. O público não se faz de rogado e inicia os vocais no momento exato, acompanhados por um sorridente vocalista que vê sua canção sendo cantada perfeitamente. Mais um show do público inspirado. Na seqüência, a banda ataca de Burning in Hell, muito propicia para o calor que fazia naquele momento. Logo em seguida mais um mega clássico, I Wanna Rock, que recebe uma versão um pouco diferente. Nela se destaca o baixista Mark Mendoza que parece duelar com seu baixo durante as canções e faz a base do refrão. A galera se empolga ainda mais. O show já está chegando a sua parte final, e a banda se despede para voltar para o bis em poucos minutos.

The Price





Na volta toca Come Out and Play, sucesso dos anos 80. Para fechar, os integrantes se apresentam ao público, agradece a recepção e se despede novamente, dessa vez parece ser definitivo. A platéia não pára de cantar e sente que está faltando uma música em especial que eles não seriam loucos o bastante para deixar de fora do Set List, trata-se de S.M.F. (Sick Mother Fuckers), uma homenagem aos fiéis fãs da banda. Agora é mesmo o fim do espetáculo.




A única vaia da noite ficou por conta de um fã argentino que jogou uma bandeira de seu país no palco e o vocalista exibiu para o público presente: tome vaia. Na seqüência, Snider mostrou outra bandeira, desta vez do Corinthians, uma divisão entre vaias e aplausos, mais aplausos, com certeza para ouvidos de um corintiano.





Durante toda a noite, diante da empolgação dos fãs apaixonados, a banda se desculpou por não ter vindo antes ao país e prometeu voltar em breve. Apenas com uma ressalva: no inverno! Como diz uma das músicas do Twisted Sister, you can´t stop rock and roll. O público, que presenciou um espetáculo inesquecível, que o diga.



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