Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

domingo, 22 de novembro de 2009

Técnica de ginástica chinesa ajuda na recuperação de idosos

Por Thomaz Marostegan


Faltam cinco minutos para as 7 horas. As primeiras alunas já começam a chegar à Praça Celi Campelo, no coração do Taquaral. A pequena roda formada pelas três colegas logo começa a aumentar. Senhoras com cabelos brancos que lembram algodão, ao longe, a passos lentos chegam à roda. Todas usam uma camiseta branca – o uniforme – com o conhecido símbolo chinês Ying-Yang, que significa equilíbrio. O som da conversa torna-se cada vez mais forte. Ouvem-se risadas aqui e ali. Uma troca de receita de um bolo de milho. E uma discussão, encerrando as conversas paralelas, sobre como será a confraternização da festa de Natal. A praça já está lotada. São mais de 60 ‘garotas’. Uma filha traz a mãe à aula.






Este é o cenário das aulas de Lian Gong, realizadas todas as terças e quintas-ferias, das 7h30 às 8h30. As aulas são uma iniciativa da agente de saúde Elizabeth Aoki, que trabalha no Centro de Saúde Taquaral, algumas ruas abaixo de onde se realizam as aulas. As garotas, animadas e dispostas, em sua maioria tem mais de 65 anos e eram freqüentadoras ativas do Centro de Saúde em que Elizabeth trabalha. As reclamações de dores nas articulações, nas costas, nas pernas começaram a preocupar a agente. “Estávamos com uma demanda reprimida de reumatologia e ortopedia”, relata. “Os idosos chegavam todos os dias reclamando das dores, mas também, de depressão. Reclamavam muito da solidão, da falta de sentido da vida”, lembra.










Nesse foi momento que a Secretaria Municipal de Saúde começou a oferecer a capacitação em Lian Gong, ginástica terapêutica chinesa, que visa o alongamento profundo e a saúde física e interpessoal do praticante. A técnica previne e trata as dores no corpo, como nas articulações e musculares. Elizabeth viu a oportunidade de melhorar a situação dos pacientes sem atendimento com a aplicação das aulas e preceitos chineses. Foi assim que começaram as aulas no Taquaral.
O início, há sete anos, contava com apenas cinco alunas. O número começou a aumentar quando as aulas saíram do Centro de Saúde do Taquaral e foram para a praça. Hoje, o total chega a quase 80 alunos que se espalham por toda a extensão da área. A professora chega pontualmente às 7h30, também a pé, como a maioria das alunas. Agora há dois homens na presença das jovens senhoras. Elizabeth é beijada por grande parte das alunas, mas ela não se estende nos cumprimentos. Liga seu rádio portátil.




Uma música apenas instrumental e bem suave se propaga. O som dos passarinhos em volta completam o cenário e a aula começa. As alunas e alunos já dominam os movimentos passados por Elizabeth, de costas para o grupo. Ela começa com alguns comandos, por exemplo, “felicidade, paz. Veja a luz do sol banhando seu corpo e vamos abraçar a nós mesmos e agradecer a oportunidade de aprender. Vamos respirando”. Em seguida avisa: “vamos rodar a cintura com as mãos nos rins” e “vamos orar por nós mesmos, sorria para você mesmo, massageie o peito”.
A aula segue, durante uma hora, com as alunas seguindo fielmente a professora em todos os movimentos, até nos mais complicados que exigem equilíbrio. Ninguém deixa de fazer nenhum dos propostos. O sol já está mais forte e o trânsito na pequena rua do Taquaral começa a ficar mais intenso. Elizabeth prepara o encerramento. Novamente pequenos grupos se formam, combinam encontros. Elvira Fernandes, de 84 anos, e Iraci Brilhante, de 79 anos, pegam seus carrinhos de feira estacionados na praça e avisam as colegas que vão fazer compras. “Nós não nos conhecíamos, mesmo morando tão perto”, revela dona Elvira. “Todas as terças vamos juntas ao mercado e ajudamos uma a outra com as compras”, completa dona Iraci.






Elizabeth explica que além dos benefícios para a saúde das praticantes, a sociabilidade é importante para o sucesso da ginástica. “Elas fizeram amizade, não se trancam em casa, combinam chás da tarde, saem juntas. Isso é uma vitória”, comemora. Dona Olívia Piva, de 67 anos, viúva, relata a mudança que as aulas provocaram na sua vida. “Antes eu ficava muito em casa e as dores apareciam em toda parte. Hoje, faço o exercício, que alem de me deixar mais disposta, com menos dores, me traz felicidade de participar com tantas outras pessoas de um momento como esse. Olha que dia maravilhoso para estar numa praça, ao ar livre”, frisa. Depois dos exercícios, todos se espalham pela praça e retomam o caminho por onde vieram, com a mesma disposição de antes. Despedem-se com um “até a próxima aula”.

Um comentário:

Anônimo disse...

boas sou de Portugal e porcuro um AMIGO DE TAQUARAL o nome dele e Leandro Jacinto JA NAO TEM CONCTO DELE A VARIOS ANOS eu sou Portugues doS AÇORES o meu nome e raimundo martins o meu telemovel 914311067 ajude-me a encontra este amigo obrigado