Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Com livros, fonoaudióloga ajuda deficientes na inclusão à sociedade.

Por Márcio de Campos

Há muitas razões para se dizer que a natureza é sábia. Uma delas, e talvez a principal, é a diversidade de formas de vida que encontramos no mundo. Assim como as várias espécies de flores ou de animais é possível observar características tão diferentes também nos seres humanos. Os traços étnicos ou biológicos identificam visualmente o quanto cada pessoa é única e especial. Por isso, é muito natural conviver com pessoas diferentes - incluindo aquelas que possuem algum tipo de deficiência.

Para ajudar na vivência dessas pessoas, Cláudia Cotes que é formada em Letras e Fonoaudiologia pela PUC de Campinas, escreveu dez livros com o objetivo da inclusão da pessoa com deficiência. Seu primeiro livro infantil foi escrito em 1996, em 2004 ela lançou um CD com livros em Braille e com Libras. “Desse produto saiu um projeto de ação social, depois uma ONG chamada A Vez da Voz e eu nunca mais parei”, afirma Cláudia que criou o primeiro telejornal inclusivo da Internet e da TV brasileira. “Faço isso para provar ao Brasil que todos somos capazes de transmitir informação com qualidade, mas que acima de tudo, somos seres humanos”.

Cláudia Cotes é a idealizadora da ONG A Vez da Voz



Ao entrar no universo das pessoas cegas, surdas, com AIDS, com câncer ela percebeu que estas pessoas não existiam no mundo da literatura. Foi aí que ela resolveu escrever com leveza e ludicidade e entrar em temas que mexem com o preconceito humano.

Com texto e ilustrações poéticas, seus livros têm como objetivo sensibilizar as crianças sobre as diferenças visando à educação inclusiva. “Ao derrubar as barreiras imaginárias que construímos sobre o tema, isso nos faz perceber que o mundo pode ser muito mais humano se reconhecermos que há gente que brinca, vê, escuta e anda “diferente”. Surdos, cegos, deficientes físicos ou não, todos somos “especiais”, diz a professora e fonoaudióloga.

Livro escrito em homenagem à paciente do instituto Boldrini



Em Campinas, o Centro Cultural Louis Braille, que é uma organização não governamental, tem a missão de favorecer a inclusão social e o exercício da cidadania das pessoas com deficiência visual. O objetivo desse trabalho é prestar serviço nas áreas educacionais, habilitação - reabilitação e inserção no mercado de trabalho. O Centro conta com uma equipe interdisciplinar constituída por diversos profissionais como: pedagogos, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, técnicos em orientação e mobilidade, professor de educação física, e ainda com um corpo de voluntários que exercem atividades técnicas e de apoio para assim atender pessoas com cegueira e baixa visão, com idade a partir de 12 anos, hoje o CCLBC atende atualmente um grupo de 120 alunos.

Centro Louis Braille atende pessoas com deficiência visual desde 1969


Desde 2005, CCLBC em parceria com o Ministério da Cultura no Programa Cultura Viva, tem um projeto voltado para a difusão e o acesso da sétima arte entre deficientes visuais. O projeto que leva cinema, filosofia e inclusão digital é a primeira experiência brasileira diretamente ligada a um programa de governo.

O projeto tem o nome de Ponto de Cultura Cinema em Palavras e é realizado todas as terças – feiras, das 13h30 às 16h. “A platéia é composta por pessoas que não enxergam, os filmes são dublados e narrados em detalhes para os ouvintes e ainda assim, costumamos a descrever os cenários, as expressões dos atores, tudo enquanto o filme roda”, explicou a coordenadora do projeto Bell Machado.

Embora dedicados a pessoas que não enxergam, os filmes estão abertos a todos aqueles que desejarem compartilhar esta experiência com os alunos do Ponto de Cultura.

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