Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Fanáticos Futebol Clube

por Nádia Macedo

O simples soar do apito acelera os corações fanáticos presentes nas arquibancadas. O jogo começa! A paixão presente nas torcidas assíduas se revela a cada passe, falta e chance de gol. O psicólogo da USP, Florival Scheroki, afirma não existir um padrão que determine como um indivíduo adquire um comportamento fanático. “Cada pessoa pode ter motivos diferentes para se engajar nesses grupos de adoradores. Um deles é a falta de outro modelo que propicie as mesmas satisfações pessoais que a adoração ao time”, explica.
O estudante de Comunicação Social e torcedor do São Paulo, Lucas Diniz, conta que a paixão pelo clube é algo que só pode ser entendido por quem compartilha do mesmo sentimento. “O nervosismo nas vésperas de jogos, a ansiedade pela partida e a tensão de toda semana só podem ser recompensados com a entrada do time em campo,” compara.
Com orgulho, Lucas relembra a primeira vez em que foi ao estádio do Morumbi. “Era uma partida da Libertadores da América e tinha mais de 70 mil torcedores. Assim que senti a atmosfera do jogo, meus olhos se encheram de lágrimas.”
Nádia Macedo

Lucas Dinis sempre está na expectativa de seu time vencer

Sérgio Luis Oliveira, colaborador da torcida organizada do Guarani, a Fúria Independente, diz que se considera um fanático e que desde seus oito anos de idade freqüenta o Brinco de Ouro da Princesa. “Fui influenciado pelo meu pai que era um torcedor fervoroso, daqueles que não perdia um jogo e se o Guarani perdesse não falava com ninguém,” conta. Sérgio afirma ter superado seu pai no quesito fanatismo. “Se o Guarani perde, eu nem levanto da cama e nem vejo programa de esporte para não passar raiva duas vezes.”
O torcedor bugrino revela que, pelo amor ao Guarani, quase perdeu a esposa. “Deixei de ir num velório de um parente próximo da minha esposa para ir ao campo. Ela chorando e eu vibrando na arquibancada.”
Segundo o comentarista de futebol, João Carlos de Freitas, o fanatismo no futebol é superior às demais modalidades esportivas. “O torcedor de futebol, no momento do jogo, é irracional. Ele é capaz de fazer coisas mirabolantes,” observa.
O Major Walter Coelho, polícia civil de Campinas, explica que em dia de derby - partida entre a Ponte Preta e o Guarani - o policiamento é redobrado. “Em dia de derby temos que redobrar a atenção, pois a rivalidade e o fanatismo existem e o risco de ter brigas é grande”, comenta.
Palavrões, xingamentos e provocações são justificativas para brigas e pancadarias no campo de futebol, o que já resultou até em mortes. A mais recente aconteceu em fevereiro deste ano, quando dois torcedores do Cruzeiro atiraram e mataram Lucas Batista Marcellino, de 20 anos, torcedor do Atlético Mineiro.
As mortes registradas por brigas entre torcidas foram relatadas, de maneira cronológica, pelos torcedores do São Paulo no site Sempre Tricolor e podem ser conferidas no link
http://www.sempretricolor.com.br/st2009/index.php?option=com_content&view=article&id=840:briga-entre-torcidas-mortes-e-confusao&catid=43:junho

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