Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Pesquisas garantem a regeneração do tecido humano

A demanda por tratamentos por má formação congênita e acidentes urbanos levou o SUS (Sistema Único de Saúde) a implantar a Rede de Referência no Tratamento de Deformidades Craniofaciais no Sistema Único de Saúde (RRTDCF), que funciona desde 1993. Em Campinas, a Sobrapar (Sociedade Brasileira de Pesquisa e Assistência para a Reabilitação Craniofacial) – entidade sem fins lucrativos – atendeu em 2008 mais de 16 mil pacientes portadores das mais diversas deformidades e realizou 1.200 cirurgias gratuitamente em pessoas de todo o Brasil.

Os pacientes foram encaminhados por médicos do SUS, que conta com o desenvolvimento de pesquisas elaboradas pelo INCT-Biofabris (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biofabricação), coordenada pelo professor titular da Faculdade de Engenharia Química da Unicamp, Rubens Maciel Filho. O objetivo é o de garantir o tratamento para o maior número de pessoas.

Unicamp é sede do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia

Os primeiros tratamentos realizados pelos SUS estavam relacionados aos estudos sobre o tratamento de fissuras labiopalatais e a realização de implantes dentários. Hoje, o INCT-Biofabris faz pesquisas na área da medicina regenerativa, com o objetivo de desenvolver biomateriais para reproduzir partes do corpo e estruturas para o crescimento de tecidos e a regeneração do osso humano. “Esses biomateriais, são substâncias naturais ou sintéticas que em contato com o corpo humano são inertes, ou seja, não provocam rejeição”, diz o professor Maciel.

Segundo ele, estes materiais podem ser metais, polímeros ou cerâmicos. As pesquisas são desenvolvidas por meio das técnicas da engenharia tecidual. “Se a pessoa tem algum tipo de falha óssea, desenvolvemos suportes chamados de escápoles que são feitos desses biomateriais e, ao ser implantado, estimula o crescimento celular do osso”, explica.

O INCT-Biofabris tem apoio de mais 12 centros de estudo das diversas áreas da ciência existentes no Brasil. Entre eles, está o CTI (Centro de Tecnologia da Informação) que também ajuda no desenvolvimento das pesquisas conduzidas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a Fapesp.
Para um dos pesquisadores do INCT-Biofabris, André Jardini, esse é um tratamento complexo e de longo prazo que requer uma equipe multiprofissional e o emprego de alta tecnologia. Para isso, o CTI possui um parque de equipamentos com tecnologia de prototipagem rápida.

Moldes são criados a partir de imagens de exames

Para o implante ser bem sucedido, a equipe médica faz uma cirurgia simulada em um molde de gesso, desenvolvido pela engenharia reversa e possibilita a reprodução de partes do corpo humano diretamente de imagens médicas, como tomografia e ressonância magnética. Na avaliação de Jardini, esse tratamento se reverte para inclusão social da pessoa. “Uma paciente submetida a um implante de mandíbula por causa de um câncer, depois de um ano de tratamento, estava jantando em uma churrascaria”, exemplifica.

Um comentário:

Andre Jardini disse...

Carissimos, uma pequena correção: sou pesquisador di INCT-BIOFABRIS e não do CTI, att. Andre Jardini