Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A vez do maiô

Romeu Caldeira

A prática de esportes no Brasil não é algo muito presente no cotidiano da maioria das pessoas. Entretanto, estes apresentam destaque nacional, principalmente quando algum êxito relevante é alcançado por um atleta brasileiro.

É comum, pela maior visibilidade, ocorrer uma demasiada procura pela prática do esporte em que o “ídolo da vez” se dedica, o que atrai novos adeptos a modalidade.

No Brasil, o esporte da moda é a natação, impulsionada pelas conquistas de César Cielo nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, quando conquistou a primeira medalha de ouro olímpica da história do esporte no país. Desde então, a natação ganha cada vez mais novos adeptos. “É notável o aumento da procura pelo esporte tanto em clubes quanto em academias”, afirma Marcos Zimmerman, 41, instrutor de natação e formado em educação física. Ele observa que “desde o segundo semestre do ano passado, o número de alunos dobrou, sendo necessário formar duas novas turmas”.


Foto: Globoesporte.com

César Cielo, ouro em Pequim nos 50m e recordista mundial nos 100m



Para ele, esse aumento está ligado às conquistas de Cielo. “Não há dúvidas de que com um nadador brasileiro em alta, a natação tem conquistado mais destaque na mídia, o que desperta o interesse por sua prática nas pessoas”. Acrescenta ainda que “para um esporte crescer num país” é necessário, além de investimento, ter um ídolo.

A natação brasileira tem registrado êxito no cenário internacional, como na última edição do Mundial de Esportes Aquáticos, disputado em Roma entre junho e agosto. Nesse campeonato, o Brasil conquistou quatro medalhas, sendo duas de ouro, uma de prata e outra de bronze. As de ouro foram conquistadas por César Cielo nos 50m e 100m livres, quando quebrou o recorde mundial; Felipe França ficou com a de prata, nos 50m peito e Poliana Okimoto conquistou a medalha de bronze na maratona aquática de 5km.

Júlio Moura, 22, adepto do esporte há 3 anos, acredita que a natação só tem a crescer no país. “O nível técnico que a natação do Brasil está é surpreendente. Quem acompanha o esporte percebe que houve uma melhora expressiva na performance dos atletas. Temos agora que aproveitar essa fase ea não regredir, como ocorreu anos atrás”, pondera.

A preocupação de Moura relaciona-se ao tênis e ao atletismo. No final da década de 90, o Brasil assistiu ao auge do tenista Gustavo Kuerten, consagrado como o número um do ranking mundial. Hoje essa modalidade esportiva está esquecida. O atletismo teve épocas de glória com Adhemar Ferreira da Silva, João do Pulo e Joaquim Cruz. Apesar de ter chegado ao ouro olímpico com Maurren Maggi em Pequim, em 2008, os atletas desta modalidade não conseguiram conquistar sequer uma medalha no campeonato mundial, disputado no último mês de agosto em Berlim. A vitória de Maurren é apontada por especialistas da área como um fato isolado de um esporte que há anos é tratado com descaso no país. Com isso, o futuro da natação como também de outros esportes aquáticos no país passa a ser uma incógnita.

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