Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

domingo, 30 de outubro de 2011

São José discute usina para resíduos sólidos

Prefeitura tem projeto para incinerar resíduos de aterro sanitário; ambientalistas contestam

Luara Oliveira

A Prefeitura de São José dos Campos debate com os moradoes o futuro do tratamento de resíduos na cidade: a implantação da Usina de Recuperação de Energia. Hoje, o município recolhe cerca de 200 mil toneladas de lixo por ano e leva todo o material para o aterro sanitário da Urbam (Urbanização Municipal).
Segundo André Miraguaia, secretário do Meio Ambiente, o aterro tem apenas mais 12 anos de vida útil e por isso a Prefeitura está se antecipando na busca de uma solução para o problema. “Em São José não existe mais área para fazer outro aterro sanitário. O nosso só tem mais 12 anos de vida. Quando acabar esse tempo, não teremos outro lugar onde depositar o lixo”, afirma o secretário.
A solução escolhida então é a Usina de Recuperação Energética que reunirá um mix de tecnologias, com a separação mecânica do lixo, biodigestão de resíduos orgânicos e a queima de materiais não recicláveis, gerando energia. Instalada na região do Torrão de Ouro, este processo aumentará a vida útil do aterro sanitário em até 40 anos. Os ambientalistas se opõem, salientando que a incineração do lixo traz danos consideráveis para a qualidade do ar, podendo ser prejudicial a saúde. O governo rebate e afirma que exigirá um meticuloso plano de contenção de poluição, com filtros de última geração para conter os gases poluentes.
Para Miraguaia, a usina é a melhor solução para a cidade e, ao contrário do que os ambientalistas dizem, trará ganhos ambientais para São José. “Nós vamos aumentar nosso poder de reciclagem, vamos conseguir separar o lixo orgânico do rejeito do lixo e daremos uma destinação adequada para esses resíduos e ainda transformar em energia” completa.
Karla Longo, doutora em ciências atmosféricas pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de São José, explica que as emissões de uma usina que siga padrão europeu, como é a intenção, não oferecem risco à atmosfera da região. “Mas existe preocupação quanto à manutenção dos filtros (responsáveis pela eliminação de gases tóxicos). Acredito que o governo municipal tem que fiscalizar isso e impor regras antes da concretização do projeto”, afirma Karla.
A tecnologia estudada para São José vem de rigorosos padrões internacionais de controles de emissões, que assegure e preserve a saúde e qualidade de vida da população. A prefeitura disponibilizou o projeto da Usina de Recuperação Energética para consulta pública na página da Secretaria do Meio Ambiente, em www.sjc.sp.gov.br

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