Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Corredor das onças ainda enfrenta problemas


Projeto não foi implantado em determinados pontos da mata por falta de autorização de fazendeiros

Quatro onças morreram atropeladas na região nos últimos seis meses
Por Vinícius Bueno
O projeto que visa à proteção das onças que vivem em uma área de mata que vai da Fazenda Santa Genebra até o Matão ainda encontra dificuldades para funcionar totalmente. A medida que começou a ser implantada no início de agosto deste ano ainda tem áreas de matas ciliares que não foram reconstituídas.
 
A proposta do corredor das onças, incentivado pelo Instituto Chico Mendes e agora com apoio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, é reconectar fragmentos de florestas que servem de habitat para as onças pardas e outras espécies e preservar a área de circulação. O problema é que determinados pontos da mata passam no meio de propriedades particulares e é preciso a autorização do proprietário.José Antônio Ferreira dono de um sítio na mata São Francisco, em Paulínia, diz que tem receio de atrair os animais para o próprio terreno. “Quem garante que essas onças costumam passar por aqui? Talvez nunca tenham chegado perto da minha casa. Todas elas vão passar por aqui se eu autorizar esse corredor e se uma delas escapar estará perto da minha casa” pondera.

Alguns proprietários rejeitaram a iniciativa alegando que teriam que abrir mão de espaços que poderiam ser usados em plantios ou pecuária. “Esse corredor vai passar em cima de uma plantação de milho que eu tenho. Vou acabar perdendo uns 15% da minha produção” conta o fazendeiro Marcos Silva Rocha.

Para a analista ambiental do Instituto Chico Mendes e idealizadora do projeto, Márcia Gonçalves Rodrigues, os animais são quem mais sofrem nessa demora em implantar o corredor. “Nos últimos seis meses, quatro onças foram atropeladas nas rodovias que cercam Cosmópolis, Sumaré, Campinas e outras cidades. É preciso facilitar o deslocamento das onças e reduzir o número de acidentes, que podem ser fatais não só para os animais, mas também para os motoristas”, alerta.

Depois de um ano e meio de análises, o projeto que rastreou os deslocamentos de dez onças-pardas e prevê um investimento de quase R$ 500 mil até o próximo ano corre risco de não sair do papel. “O projeto é muito detalhado e já tem funcionado nos pontos em que implantamos. A maior dificuldade mesmo vai ser explicar para essas pessoas a necessidade do corredor”, conta a ambientalista.

Para tentar convencer os proprietários, os idealizadores vão ter a ajuda do procurador do MPF (Ministério Público Federal), Paulo Gomes, que apurou as medidas adequadas para a preservação do local. “O procurador vai justamente esclarecer essas dúvidas dos proprietários para que eles não se sintam lesados” explica Márcia.

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