Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Tecnologia limpa garante desenvolvimento sustentável para produtor

 Mariana Silva
 
Corante natural. O consumidor que vê essa frase nas embalagens de produtos alimentícios como a salsicha não imagina as inovações que o corante vem sofrendo para melhorar os processos de produção e chegar aos supermercados um produto feito com tecnologia ecologicamente correta. O pigmento vermelho (bixina) é extraído da semente (que tem em média 4%), de uma planta chamada Urucum (Bixa orella L.) e essa extração poderá ser feita na propriedade dos produtores graças a pesquisa desenvolvida pelo químico e pesquisador do ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos), Paulo Roberto Nogueira de Carvalho que trabalha com a planta há vinte anos.

A metodologia empregada usa a água como solvente, assim, não agride o meio ambiente e os produtores economizam no transporte, pois no campo onde é extraída a bixina fica a semente, então apenas 10% do peso vai para a indústria. “O maior benefício é fazer com que o produtor consiga comercializar este produto pré-processado. Hoje ele comercializa a semente e, com esse método, o que vai para a indústria é uma pasta ou pó deste corante. O resíduo que fica no campo (semente úmida) pode ser aproveitado na ração animal, importante como suplemento alimentar para galinhas poedeiras, com 12% de proteína e ajuda na coloração da gema do ovo”, explicou Carvalho.

A pesquisa também aumentou o rendimento da extração à base de água, no caso de sementes com maiores teores de lipídios (óleos). “Com a exposição da semente a temperatura maior, possibilitou um salto de 60% para mais de 90% de extração”, salientou ele.

Para a extração do urucum podem ser usados vários solventes como o KOH (hidróxido de potássio) ou o NaOH (hidróxido de sódio), mas o descarte do resíduo industrial à base desses solventes tem impacto ambiental e outros corantes artificiais podem causar alergias.

Como o consumidor está cada vez mais exigente, tem optado por produtos naturais. A estudante Carolina Lins e Silva, 14 anos, sente na pele a importância de alimentos à base de corantes naturais. “Como tenho alergia, minha mãe já sabe quais produtos comprar”. As indústrias também têm atentado as preferências dos consumidores. O urucum é o corante mais utilizado no mundo. A maior empresa brasileira do ramo, a Chr. Hansen, em Valinhos, interior de São Paulo, está atenta às pesquisas relacionadas ao urucum e espera que este projeto seja patenteado. “Achamos o projeto muito positivo e temos nos reunido para formar parcerias com produtores e pesquisadores para compartilhar os benefícios que são mútuos”, ressaltou a assessora de imprensa Rosa Maria Fernandes.

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