Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Uma volta ao mundo com o lixo eletrônico

Greenpeace alerta: 50 milhões de toneladas de sucata tecnológica são produzidas por ano

Por Thaís Inocêncio

‘Tecnojóias’: placa-mãe de computador é a matéria-prima

Enquanto uns chamam de lixo eletrônico, Naná Hayne  chama de arte. A artista plástica utiliza componentes de equipamentos eletrônicos para criar telas e bijuterias, as chamadas ‘tecnojóias’. E é assim que ela mostra que tem consciência da importância do descarte correto da sucata tecnológica: com criatividade. “A finalidade do meu trabalho é mostrar quão bela é esta matéria-prima chamada lixo eletrônico, o quanto é possível educar, ainda que de modo indireto, quando se olha para o lixo transformado artisticamente”, afirma.

            Naná, através das obras, alerta para o problema do lixo produzido pelos produtos eletrônicos, cada vez mais crescente em função da popularização desses artigos.  Segundo a organização não-governamental Greenpeace, se as 50 milhões de toneladas de eletroeletrônicos descartadas por ano fossem colocadas em containers de um trem, os vagões dariam uma volta ao redor do mundo.

            Descartados de forma incorreta, os elementos químicos presentes nos produtos eletrônicos, como o mercúrio, o chumbo, o fósforo e o cádmio, podem contaminar o ar, os lençóis subterrâneos - responsáveis por mais de 90% da água potável – e, dessa forma, os alimentos.

            A solução é a reciclagem. Segundo o engenheiro eletrônico e diretor da empresa Descarte Certo, Ernesto Watanabe, responsável pela coleta e reciclagem de produtos tecnológicos, o reaproveitamento tem dois principais benefícios: evitar que essas substâncias entrem em contato com o meio ambiente e diminuir a retirada de matéria-prima da natureza para a produção de eletrônicos, na medida em que é recolocado no processo produtivo.

            Mas a maioria dos brasileiros ainda não tem esse costume e é responsável pela geração de 500 mil toneladas de lixo eletrônico por ano, o que faz do Brasil o país emergente que gera o maior volume desse material per capita anualmente. “O número de pessoas que descarta produtos eletrônicos corretamente é muito pequeno. Motivo? Falta de conscientização”, afirma Watanabe. 

E-lixo maps - O pretexto dos que reconhecem a importância do descarte correto de produtos eletrônicos, mas não o fazem, é a dificuldade de encontrar o local adequado para depositar a sucata tecnológica. A desculpa acabou. Uma parceria entre a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e o Instituto Sérgio Motta, um centro de projetos e debates voltados ao uso criativo da tecnologia e à inovação, resultou na criação do ‘e-lixo maps’, um localizar dos postos de coleta do e-lixo, mais próximos de casa.

            Para encontrar os locais que recebam e reciclem esse tipo de resíduo, basta entrar no site www.e-lixo.org, inserir o CEP da residência e o tipo de lixo eletrônico que precisa ser descartado. O próximo passo é a atitude consciente.

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