Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O tempo vai mudar

Noites mais quentes e aumento de tempestades são as projeções de estudos para Campinas

Vanessa Bispo (vanessa_bispo007@hotmail.com)

As tempestades vão se tornar mais frequentes nas cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, é o que revela o estudo realizado pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A estimativa é de que daqui a 60 anos, ou seja, em 2070, o número médio de tempestades será duas vezes maior em relação aos dados atuais. “Este aumento, contudo, pode ocorrer bem mais cedo, se considerarmos que o aquecimento global se intensifique, conforme alguns cenários de maiores emissões de gases estufa sugerem a partir de projeções de modelos climáticos”, alerta o coordenador do ELAT e um dos pesquisadores do estudo Osmar Pinto Júnior.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores se basearam nos dados registrados nessas cidades num período de 60 anos, devido a esse volume de dados e pela credibilidade das informações é que as cidades foram escolhidas. Por isso, conforme afirma o coordenador do ELAT, o aumento poderá ocorrer também em outras regiões e que estudos equivalentes estão sendo feitos para as outras regiões do país e deverão ser divulgadas no futuro. Nas regiões litorâneas, inclusive, a projeção é de que o aumento de tempestades deverá ser três vezes maior.

O aquecimento das águas do oceano Atlântico relacionado ao aquecimento global é o responsável pelo o aumento das tempestades. Para o pesquisador, as estimativas do estudo só poderão ser revertidas, se a temperatura do oceano parar de subir, o que é pouco provável.

Para amenizar os efeitos do aumento de tempestades, a Defesa Civil de Campinas informou que todos os anos estabelece um plano para evitar períodos chuvosos.
Saiba quais são os principais bairros atingidos, segundo a Defesa Civil.




 TEMPERATURAS
Em Campinas, nos últimos 100 anos, a temperatura mínima se elevou aproximadamente 2,5 graus. Com esses dados, o pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Gabriel Constantino Blain, projeta que entre 2020 a 2050, as temperaturas mínimas vão subir ainda mais e as geadas ficarão menos frequentes. Essa estimativa também é apontada pelo último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o qual indica que a intensidade e a frequência de eventos climáticos, como as geadas, vão sofrer alterações, já que o clima vai ficar mais quente.

O estudo realizado por Blain aponta que o aumento da temperatura mínima nos últimos 60 anos, comparado com as temperaturas máximas se intensificou. Além disso, esse aumento foi verificado, principalmente, no período noturno, quando ocorre a absorção do calor pelo solo e que essa é uma tendência mundial. Como agente causador, o aquecimento global é um dos indicados, mas, para o pesquisador do IAC, não é o único fator. “Os estudos não têm a pretensão de ser categóricos, afinal, as coisas mudam e, mais tarde pode se chegar a outra conclusão”, lembra.

Com relação às chuvas, Blain diz que estão chegando com atraso e que isso foi percebido primeiro pelos produtores rurais, já que, este atraso se reflete na demora para a colheita. Sobre os efeitos das mudanças climáticas para o ser humano, como este citado, o pesquisador comenta que o que mais chama atenção é a vulnerabilidade das pessoas ante as mudanças do clima e a contribuição do homem nestes problemas. “O mundo só pensa em consumir, em ter, e se esquece das conseqüências provocadas. Além disso, ocupam áreas como encostas de morros e depois culpam o clima”, conclui.

Um comentário:

Anônimo disse...

Achei muito boa a sua reportagem. Extrema relevância, parabéns!