Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

As crianças aprendem e o mundo agradece

Ensino ambiental está em pauta nas disciplinas escolares e pais e professores já notam a diferença


                                                 Alunos e professores na horta da escola
Vinícius Bueno

Em um mundo globalizado e que sofre com os descasos contra a natureza, escolas apostam que ensinar os valores ambientais nas salas de aula é uma ótima solução.

Em Campinas, a Escola Municipal João Alves dos Santos trabalha desde 2007 o projeto Horta. Por ano duas turmas são escolhidas para ter noções de agricultura. Em uma horta no quintal da escola os alunos têm a oportunidade de plantar, cultivar, colher e estudar as plantas. O projeto nasceu da iniciativa da professora de educação física Tersa Araújo que constatou que parte das crianças estava subnutrida e a outra parte sofria de obesidade infantil. A iniciativa hoje é ponto de partida para todas as disciplinas. “Eles aprendem a se alimentar melhor, como utilizar ervas medicinais, além de estudarem agricultura, recursos hídricos, o solo e o desenvolvimento metropolitano. O estudo ambiental é importante porque através dele é possível atingir inúmeras áreas de ensino”, explica a diretora da escola Márcia Maria Gomes Silva.

A mãe do aluno Felipe Menezes, da oitava série, aprovou a idéia e disse que os valores ensinados para as crianças atingem os pais também. “Não posso fazer mais nada de errado que ele me corrige. Estou até andando com um cinzeiro no carro para juntar as bitucas de cigarro. A gente sempre cobra cuidados com a natureza, mas esquece de fazer a própria parte. Com os filhos vigiando não tem jeito. O projeto é muito bom”, conta Raquel Fernandes.

Outra escola da cidade que também está implantando a educação ambiental no currículo escolar é a EMEI José Vila Gelin Neto. Lá, os pequenos de três a cinco anos convivem diariamente com as plantas e animais. Além de um borboletário, eles têm contato com uma horta que foi plantada por eles e podem ainda ser sorteados para fazer a reciclagem de lixo e preservação da natureza em casa, junto com os pais.

A professora da Faculdade de Educação da Unicamp, Angelo Soligo, afirma que essa iniciativa pode ser determinante para uma futura mudança de postura no aspecto ambiental. “Reclamamos muito sobre a falta de interesse ambiental. E isso não é apenas de um ou de outro, é de toda a sociedade. Investir nas crianças, que mais tarde podem ser os responsáveis por mudanças, é a melhor opção”.

Para ela, uma das dificuldades enfrentadas em projetos como esse é que alguns professores não têm autonomia necessária no assunto. “É preciso que pensar que para ensinar direito, precisamos ter pessoas que sabem o que estão falando e que estudaram para isso. Muitas vezes, as escolas colocam professores de ciências ou de outra disciplina para falar com as crianças. Precisamos de profissionais com noções ambientais ensinando os pequenos”, explica a professora.



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