Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

EcoFaxina quer combater poluição marítima

Entidade fundada por estudantes de biologia marinha monitoram o mar

Poluição à beira da praia afeta animais marinhos e banhistas



Kim Belluco
       
Preocupados com a poluição das praias da cidade de Santos, estudantes de Biologia Marinha criaram um instituto, sem fins lucrativos, que luta pela defesa e preservação do meio ambiente: o Instituto EcoFaxina (IEF).

O instituto organiza ações voluntárias de limpeza e atividades ecoeducativas em bairros próximos aos manguezais e nas regiões perto do estuário, entre o Canal do Porto de Santos e o Canal de São Vicente. Também são realizadas ações em praias, costões, e outros ecossistemas marinhos e costeiros da Baixada Santista, além levar informações e realizar atividades principalmente com as crianças e os jovens dessas comunidades.

A poluição em Santos é ocasionada pela carga de esgoto e poluentes provenientes das moradias, como por exemplo, as palafitas localizadas em bairros, que não contam com coleta e tratamento de esgoto, despejados nos canais e no estuário. O esgoto, com restos fecais, óleo de fritura, bactericidas e cloro são despejados no mar, causando danos aos animais que ali habitam e à população que os consomem. “O nosso intuito é recuperar o ecossistema que se encontra em colapso e gerar renda para jovens em situação de risco social. As praias de Santos estão muito poluídas, com quantidade de coliformes (bactérias) fecais acima dos níveis de tolerância”, afirmou William Rodriguez Schepis, diretor-presidente do Instituto EcoFaxina.

Apesar dessa ação social, o IEF só possui apoio da Universidade Santa Cecília, que beneficiou os organizadores do instituto com bolsas de estudo integrais na Faculdade de Biologia Marinha e apoio à pesquisa. O instituto pretende desenvolver o “Projeto de Recuperação e Conservação do Estuário de Santos”, que tem como principal objetivo implantar um “Sistema de Coleta Ambiental de Resíduos”, formando uma frente de trabalho com jovens desempregados que habitam palafitas na Zona Noroeste de Santos. Mas para transformar isso em realidade, são necessários parceiros que financiem esse projeto. Os estudantes buscam parcerias para implantar o Sistema de Coleta Ambiental de Resíduos, orçado em aproximadamente R$ 2,5 milhões, com capacidade para produzir aproximadamente 4.900 ecoplacas por mês.

Segundo Schepis, os resíduos seriam coletados nos manguezais com o auxílio de embarcações e balsas de alumínio e transportados até um galpão na margem do estuário, onde seriam reciclados e transformados em ecoplacas, material plástico que substitui o madeirite ou o compensado naval e possui diversas utilizações.

Para combater a poluição marinha, Schepis afirma que se deve consumir de forma consciente e descartar de maneira correta os resíduos. “O consumidor precisa estar atento e cobrar responsabilidade socioambiental de empresários e comerciantes. Deve também consumir somente produtos que tenham sido fabricados e comercializados sustentavelmente de forma comprovada. Depois do consumo é importante reaproveitar as sobras, encaminhar os resíduos sólidos para reciclagem, e o material orgânico, se não tiver ainda uma composteira, mandar para um aterro sanitário. Se seguirmos esses passos, os resíduos não serão transportados diretamente para o mar, o que ajudará a diminuir o nível de poluição”, ressalta Schepis.

William destaca que, para evitar a poluição marinha, o mais importante é a população deixar de jogar plásticos nos oceanos. Aproximadamente 1 milhão de aves marinhas, 100 mil tartarugas e 100 mil mamíferos marinhos morrem a cada ano por sufocamento, emaranhamento, afogamento e inanição, causados por cerca de 6,4 milhões de toneladas de resíduos lançados ao mar todos os anos.

E deixa a dica: “Costumo dizer que animais marinhos como tubarões e tartarugas, que habitam nossos oceanos hámilhões de anos, colocavam a cabeça para fora d'água e viam dinossauros, agora enxergam pontes e arranha-céus fazendo sombras nas praias. Nos últimos 50 anos, causamostantas perturbações aos oceanos que, se não agirmos agora, os danos serãoirreversíveis, não só para a biodiversidade marinha como para o homem”.



Maguezal localizado na praia de Santos também sofre com a poluição


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