Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Incidência de temporais cresce 30% na RMC

A falta de um radar meteorológico na região prejudica a previsão desse fenômeno climático
                                                                   FOTO: COSMO ONLINE
Temporal deixou 16 dos 19 municípios da RMC sem energia
Thaís Inocêncio

Com a chegada do verão a tendência de temporais aumenta. De acordo com o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, nessa estação ocorrem cerca de 16 temporais por mês na Região Metropolitana de Campinas, ou seja, um a cada dois dias, normalmente formados à tarde ou no início da noite. 

Segundo o diretor do Cepagri Hilton Silveira Pinto, desde a década de 90, o número de temporais aumentou em 30%. Além de freqüentes, os temporais são mais intensos, com incidência de raios e tufões, caracterizados por ventos acima de 117 km/h. O professor Silveira Pinto afirma que não se pode apontar um único fator para o aumento do número e intensidade de temporais. “Podemos citar como motivos desse crescimento a urbanização crescente das cidades, que faz com que elas se tornem ilhas de calor, e o avanço do aquecimento global”, explica.

O último fim de semana de outubro, ainda mês da primavera, trouxe um alerta para as cidades da região de Campinas. Um forte temporal, causado pelo encontro de uma massa de ar quente do Sudeste, com uma frente fria que chegou rapidamente do sul, provocou a morte de duas pessoas em Campinas e duas em Sumaré, destelhou escolas e casas, derrubou árvores e deixou 16 dos 19 municípios que compõem a RMC sem energia. 

Essa ocorrência enfatiza a necessidade da implantação de um radar meteorológico na região. O professor Silveira Pinto explica que o Cepagri utiliza o monitoramento dos radares de Bauru, com imagens enviadas pela Internet, cujo carregamento demora cerca de 30 minutos e não têm definição de qualidade. “Quanto mais próximo da região que se pretende monitorar, mais útil o radar é”, ressalta. A discussão a respeito – que visa a colocação do instrumento na Unicamp – tem se arrastado desde o caos causado por um tornado que atingiu 600 km/h na cidade de Indaiatuba, em 2005; seis anos depois, o assunto ainda é debatido e a região de Campinas tornou-se um pólo atrativo de desastres naturais. O radar, se instalado na região, teria condições de monitorar o tempo a partir de imagens captadas a cada dez segundos e, portanto, prever com antecedência e precisão a chegada de fenômenos climáticos devastadores e evitar catástrofes.

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