Meio ambiente é o foco do blog produzido por alunos do 6º período de Jornalismo da PUC-Campinas, resultado da disciplina Jornalismo On Line.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Devido a queimadas na Serra do Japi, atendimento a animais quadriplica em ONG de Jundiaí

Associação Mata Ciliar atendente feridos de toda a região, segundo coordenadora a entidade recebe seis animais, em condições ruins, por dia

Gabriel Nunes
A Serra do Japi, em Jundiaí, Cabreúva e Cajamar, sofre com as queimadas e com a falta de chuva, que também contribui para a destruição das matas. Os animais são diretamente afetados. A ONG Mata Ciliar, de Jundiaí, faz a reabilitação dos animais feridos e, desde o meio desse ano, tem registrado aumento quatro vezes maior de atendimentos, em razão do aumento das queimadas, o tempo seco também não favorece.

Segundo a veterinária e coordenadora da ONG Cristina Adania, a entidade chega a receber por dia cerca de sete animais feridos, muitos deles não voltam para o habitat natural, devido à gravidade dos acidentes.

“Eles vêm com queimaduras graves, outros em consequência de atropelamentos, fogem pelos fios de alta tensão. Aqueles que podemos salvar, raramente voltam a natureza”, disse Cristina Adania, que conta com cerca de 20 funcionários na Mata Ciliar, entre veterinários, biólogos e voluntários.

Devido a falta de chuvas e a imprudência da população, o habitat desses animais foi bastante danificado pelo fogo. Não se sabe ao certo quando eles poderão voltar para a natureza.  O problema já perdura desde o julho de 2011 e de acordo com o Corpo de Bombeiros o fogo já consumiu 6 milhões de m² da Serra do Japi, “As queimadas continuam, não adianta só cuidar dos animais feridos, devemos evitar a destruição do habitat deles”, afirmou Adania.

A ONG Mata Ciliar, fundada há 24 anos, tinha inicialmente a finalidade de cuidar dos mananciais, mas com o tempo e a necessidade passou a atender de animais feridos. Atualmente, a instituição conta com cerca de 300 bichos de diversas espécies, algumas em extinção. Os animais ficam alguns em jaulas, outros em gaiolas. A entidade gasta aproximadamente R$ 25 mil por mês para manutenção e conta com ajuda de doações.

"Nós queremos os animais na natureza. A Mata Ciliar é uma passagem para esses animais que chegam aqui muito mal. Trabalhamos com a sociedade na conscientização para que eles não cheguem até nós", disse o presidente da ONG, Jorge Campo, lembrando que a entidade faz diversas palestras em parceria com a Guarda Municipal para que as queimadas sejam evitadas. 

Brigada Visando o combate dos incêndios pela região, a Secretaria do Meio Ambiente de Jundiaí, em parceria com o Corpo de Bombeiros e a Guarda Municipal, criou uma brigada voluntária para atuar na Serra do Japi.

O curso começou em outubro e conta com três módulos. No primeiro, os participantes tiveram com a parte teórica. Nos próximos, o grupo sairá a campo, com visitas à Serra do Japi e conhecerá ainda teorias sobre ecologia florestal, aulas em parceria com Unicamp

Nenhum comentário: